Projeto do Departamento de Biologia propõe explorar a floresta de araucárias na região de Guarapuava

Projeto do Departamento de Biologia propõe explorar a floresta de araucárias na região de Guarapuava

O projeto “Bioprospecção de fungos filamentosos isolados de remanescentes de floresta ombrófila mista para a produção de enzimas: viabilidade de aplicações biotecnológicas”, proposto por Adriana Knob, professora do Departamento de Biologia da Unicentro, obteve aprovação na chamada pública universal 14/2014, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), divulgada em novembro do ano passado. O objetivo é explorar a floresta ombrófila mista, ou floresta de araucárias, na região de Guarapuava, isolando fungos remanescentes dessas florestas e avaliando-os quanto à produção de enzimas de interesse biotecnológico.

De acordo com a responsável pelo projeto, professora Adriana Knob, as enzimas a serem estudadas são as xilanazes, as beta-glicosidades e as lipases de importância industrial. As melhores linhagens selecionadas serão estudadas em laboratório a fim de otimizar a produção. “O grande objetivo desse trabalho é selecionarmos algumas linhagens que ainda não foram descritas na literatura e que possam ser utilizadas como recurso biotecnológico”, explica.

A professora ainda ressalta que essas enzimas serão estudadas e será feita a verificação da possibilidade de aplicações em alguns processos biotecnológicos, como por exemplo, a hidrólise da biomassa lignocelulótica para produção de bioetanol, o tratamento da polpa do papel para promover maior branqueamento da polpa. No projeto consta ainda, como objetivo, a avaliação da produção de lipases quanto à possível aplicação no tratamento de fluentes industriais ricos em lipídios.

O projeto conta com a colaboração de professores de Cascavel, Pato Branco e da Universidade Federal de Tocantins, além de alunos de mestrado e de iniciação científica, do programa de Biologia Evolutiva da Unicentro.

As atividades do projeto têm vigência de três anos e tiveram início em dezembro do ano passado. Os recursos obtidos com a aprovação garantem a aquisição de equipamentos, reagentes e materiais de consumo. De acordo com a professora Adriana, em aproximadamente quatro meses de projeto, muitas atividades já foram encaminhadas. “Já temos em torno de 60 linhagens de fungos filamentosos isoladas, de dois remanescentes de Guarapuava, de floresta ombrófila mista e já iniciamos também a bioprospecção. Nos estudos posteriores, vamos isolar um maior número de linhagens de demais remanescentes da região para prospectar”, conta.

A maior parte da floresta ombrófila mista se concentra na região de Guarapuava, mas são poucos os estudos voltados a essa área. Devido à degradação, o risco de estar se perdendo potencial biotecnológico é grande.

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