Ecologia e Modelagem Biométrica de Samambaias Arborescentes em Fragmento de Floresta Ombrófila Mista

Jocasta Lerner

 

Defesa Pública: 17 de março de 2020

 

Banca Examinadora:

Prof. Dr. Carlos Roberto Sanquetta – UFPR– Primeiro Examinador
Profª. Dra. Daniela Roberta Holdefer – UNESPAR – Segunda Examinadora
Profª. Dra. Isabel Passos Bonete – UNICENTRO – Terceira Examinadora
Prof. Dr. Fabrício William de Ávila – UNICENTRO – Quarto Examinador
Profª. Dra. Andrea Nogueira Dias – UNICENTRO – Orientadora e Presidente da Banca Examinadora

 

Resumo:

Objetivou-se conhecer a ecologia e modelagem biométrica das samambaias arborescentes das espécies Alsophila setosa, Cyathea corcovadensis, Cyathea phalerata e Dicksonia sellowiana. Avaliou-se a interação dos atributos do solo com a presença das samambaias arborescentes, sua fenologia, a fitossociologia, índices ecológicos, distribuição espacial e a dinâmica, ajuste de equações de hipsometria, volumetria e funções de afilamento e a quantificação do estoque de biomassa na Floresta Nacional de Irati (PR), em duas áreas: Área 1 (floresta nativa) e Área 2 (plantio de Araucárias). Utilizou-se uma matriz de atributos do solo com uma matriz vegetacional para a análise de correspondência canônica. Na fenologia (vegetativa e reprodutiva) foram selecionados 10 indivíduos de A. setosa, C. phalerata, D. sellowiana, e nove indivíduos de C. corcovadensis, com acompanhamento mensal no período de 2016- 2019. O incremento em altura total foi aferido anualmente. Foram avaliadas as taxas de sincronia e das correlações das variáveis fenológicas com variáveis ambientais. Na fitossociologia, nas samambaias arborescentes foram mensurados o DAP e altura, além de outras variáveis qualitativas para calcular densidade, dominância, frequência e valor de importância, além de calculados os índices ecológicos (Shannon-Wiener, Pielou, Jaccard e Sorensen). Para analisar a distribuição espacial foram utilizados os índices Morisita, Payandeh e Hazen. Nos estudos da dinâmica de 2014-2017, avaliaram-se o crescimento, ingresso e mortalidade em nível de espécie para diâmetro, área transversal e altura total. Na modelagem biométrica (hipsometria, volumetria e funções de afilamento), utilizou-se dados de cubagem rigorosa de 35 indivíduos de A. setosa e 35 de D. sellowiana, seguida da extrapolação para a população. Na biomassa, foram selecionados 30 indivíduos de A. setosa, 30 de D. sellowiana e 30 indivíduos para o gênero Cyathea. As samambaias arborescentes foram separadas em dois componentes, sendo estes cáudice e fronde (pina e raque), que após obtido o peso verde em campo, foram levadas a estufa com ventilação forçada a 70° C até atingirem peso constante. Os atributos do solo demostraram maior poder discriminante para o número de indivíduos de C. corcovadensis (maiores porcentagens de saturação por alumínio e capacidade de troca de cátions) e área basal de D. sellowiana (menores porcentagens de silte, magnésio, alumínio, potássio e fósforo). Sobre a fenologia, para A. setosa os báculos foram produzidos entre outubro e novembro e para sua fase reprodutiva houve pouca sincronia para os esporângios imaturos e não houve sincronia para os esporângios fechados e liberando esporos. C. corcovadensis produziu báculos entre outubro e novembro, para sua fase reprodutiva houve pouca sincronia. C. phalerata produziu báculos de setembro a novembro, sua fase reprodutiva teve alta sincronia. Para D. sellowiana os báculos foram produzidos de setembro a dezembro, sendo que na fase reprodutiva não houve sincronia. Sobre a fitossociologia, na Área 1 A. setosa apresentou 1539 ind.ha-1 , área basal de 14,3 m².ha- ¹ e maior IVI, D. sellowiana teve 82 ind.ha- ¹ e 5,41 m².ha- ¹ de área basal, C. corcovadensis teve 1 ind.ha- ¹ e área basal de 0,04 m².ha- ¹, C. phalerata teve 19 ind.ha- ¹ e 0,35 m².ha- ¹. Na Área 2 A. setosa teve 601 ind.ha- ¹, área basal de 5,23 m².ha- ¹ e segundo maior IVI, D. sellowiana teve 14 ind.ha- ¹ e 0,39 m².ha- ¹, C. corcovadensis teve 4 ind.ha- ¹ e 0,08 m².ha- ¹, C. phalerata teve 2 ind.ha- ¹ e 0,02 m².ha- ¹ de área basal. Sobre os índices ecológicos, a Área 1 possui maior diversidade. A distribuição espacial das espécies foi agregada. Sobre a dinâmica, o percentual de ingressos e mortalidade mais expressivo foi Cyathea spp, sobressaindo os ingressos. Na modelagem biométrica, para A. setosa o volume estimado pelo modelo de Schumacher-Hall foi de 60,015 m³.ha-1 para a Área 1, e 38,510 m³.ha-1 para a Área 2. Para D. sellowiana, o modelo de Henricksen foi o mais adequado para estimar a altura total, e o modelo da linha 7 reta para estimar a altura comercial, sendo o volume total estimado pelo modelo de Stoate, de 17,971 m³.ha-1 para Área 1 e 1,306 m³.ha-1 , e o volume comercial também estimado pelo modelo de Stoate, em 14,498 m³.ha-1 para a Área 1 e 1,039 m³.ha-1 para a Área 2. Para as funções de afilamento de D. sellowiana, polinômio de 5° grau demonstrou melhor desempenho. Na biomassa A. setosa teve biomassa total de 8,113 t.ha-1 para a Área 1, na Área 2 apresentou 2,684 t.ha-1 . Cyathea spp apresentou biomassa total de 0,177 t.ha-1 para a Área 1, na Área 2 teve 0,0305 t.ha-1 . Dicksonia sellowiana teve biomassa total de 1,495 t.ha-1 para a Área 1 e na Área 2 teve 0,149 t.ha-1.

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