Jovens surdos participam de oficina voltada para as redes sociais

Jovens surdos participam de oficina voltada para as redes sociais

O Departamento de Fonoaudiologia do campus Irati da Unicentro está promovendo uma oficina para jovens surdos, e o próximo encontro será nesta sexta-feira (21), a partir das 14h, no Laboratório de Informática do bloco principal. O projeto de extensão é coordenado pela professora Cristiana Magni e desenvolvido juntamente com as alunas Ana Lídia Emerick Rosa e Flávia Soares dos Santos. A proposta é agregar os surdos da região proporcionando a troca de informações e conhecimentos por meio das redes sociais.

Cristiana afirma que a oficina vem de encontro com uma demanda dos próprios surdos em ter grupos de amigos. “Entre eles não é tão fácil a socialização. Os jovens surdos não têm um lugar onde possam se encontrar socialmente em Irati, assim como nos municípios vizinhos. Nossa proposta foi trazê-los para a oficina porque sabemos que a internet hoje é uma ferramenta muito importante para eles, tanto para o conhecimento, como para a socialização”, destaca.

A proposta principal da oficina foi criar um grupo no Facebook, que está intitulado como “Surdos na Internet”. A professora conta que um passo como esse, considerado simples pela maioria dos usuários da rede social, torna-se complexo para os surdos devido a própria compreensão que eles têm acerca da Língua Portuguesa.

“A Libras é diferente, esta linguagem tem o verbo que é feito através dos sinais, mas ele não é conjugado. Por exemplo, o surdo não entende ‘caminhando’, para ele é ‘caminhar’, ou seja, não se pode usar um verbo no gerúndio, no passado, eles têm até um passado, porém, é diferente da Língua Portuguesa. Os surdos ainda têm esta dificuldade pois falta muito incentivo para que desenvolvam a leitura e até porque falta intérprete nas escolas, então fica difícil para aprenderem Português corretamente”, observa Cristiana.

A página “Surdos na Internet” é um espaço para interação, troca de informações e de conhecimento. Podem participar do grupo, além de surdos, educadores e profissionais da área que estejam relacionados a questão. “Dia 21 esperamos ter um grupo maior para poder agregar. Esta é a primeira oficina de muitas que queremos oferecer, para justamente fortalecer e fazer com que esses surdos possam se socializar melhor na região entre eles, com a comunidade surda e com a comunidade de ouvintes que os compreendem e têm um bom convívio”, conclui a professora.

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