Lançamento de inscrições para 6ª Edição da Residência Artística: Territórios Híbridos

Lançamento de inscrições para 6ª Edição da Residência Artística: Territórios Híbridos

A Residência Artística – Em Processo anuncia a abertura de inscrição da 6ª edição, Territórios Híbridos, consolidando-se como uma das principais iniciativas de formação e criação para jovens artistas de Guarapuava. Com apoio da Secretaria Municipal de Cultura, por meio da Política Nacional Aldir Blanc, e com parceria do Departamento de Arte da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), o programa articula políticas públicas, ensino superior e comunidade em um mesmo movimento de fortalecimento cultural. Essa cooperação institucional é uma das bases que tornam possível o impacto crescente da residência no território.

A nova edição responde diretamente às lacunas estruturais enfrentadas por jovens de territórios periféricos urbanos e rurais, muitos deles pertencentes a grupos historicamente excluídos — pessoas negras, indígenas, LGBTQIA+, mulheres e pessoas com deficiência. Em um contexto marcado por desigualdades de acesso à formação e à circulação artística, a residência atua como lugar de escuta e autoria, um espaço que transforma ausência de políticas em presença efetiva de oportunidades. Ela se fortalece também devido ao reconhecimento institucional crescente: além de ser Ponto de Cultura e integrar a rede internacional Res Artis, o programa foi classificado em 6º lugar no Edital Estadual de Fomento Multiartes, em 8º lugar no Edital Estadual Cultura Viva e, mais recentemente, alcançou o 3º lugar no Edital Municipal Arte em Rede – Conexões, reforçando sua relevância territorial e metodológica.

O tema Territórios Híbridos emerge desse entrelaçamento entre corpo, memória, comunidade e circulação digital. Não é apenas um recorte conceitual, mas um modo de compreender a criação em tempos em que fronteiras culturais e geográficas se desfazem e se recombinam. Dentro da residência, esse hibridismo se manifesta na convivência entre práticas analógicas e digitais, entre saberes acadêmicos e experiências comunitárias, entre o gesto individual e o campo coletivo de formação. A universidade, nesse sentido, não funciona como instituição distante, mas como ambiente vivo de experimentação.

A professora Daiane Solange da Cunha, do Departamento de Arte da Unicentro, ressalta justamente essa dimensão formativa compartilhada: “A parceria com a residência amplia o papel da universidade como espaço de criação e encontro. Abrir os laboratórios para artistas da cidade faz parte do compromisso público da Unicentro e cria um trânsito muito potente entre ensino, pesquisa e comunidade”. Sua fala situa a residência dentro de uma política universitária mais ampla, que entende arte e educação como práticas indissociáveis.

A coordenadora Eli Zanedim lembra que o programa nasceu da urgência de criar oportunidades reais na cidade. “Esta residência existe porque artistas da cidade precisam de oportunidades que valorizem seus modos de existir e criar. Cada edição reafirma que, quando o território encontra escuta, ele produz potência”. Já a fundadora e responsável pela metodologia, Desirée Melo, enfatiza que compreender o processo criativo é compreender também a relação com o mundo. “O processo criativo é sempre coletivo, mesmo quando a obra é individual. Trabalhamos com desejo, fricção e assimilação — três campos onde cada artista pode compreender o que o mundo lhe devolve e como reorganiza sentido a partir disso”.

O curador Cristhian Lucas complementa que acompanhar uma edição da residência é testemunhar percursos mais do que resultados. “O desafio é escutar o percurso, não encaixá-lo em categorias prévias. O território híbrido é também essa negociação contínua entre gesto, contexto e comunidade”.

As atividades da edição integram encontros presenciais, rodas de conversa, mentorias individuais e coletivas, registro audiovisual, oficinas e visitas mediadas com escolas públicas, além de uma exposição final em formato físico e virtual. A acessibilidade é tratada como princípio transversal: Libras, audiodescrição, legendas, linguagem simples e materiais em Braile fazem parte da infraestrutura e da política pedagógica de todas as fases do programa.

Desde sua criação, a residência acompanhou mais de cento e vinte processos criativos, mobilizou milhares de pessoas em ações formativas e recebeu mais de mil visitantes em exposições. O vínculo contínuo entre Prefeitura e Unicentro permite que o projeto se sustente no longo prazo, ampliando acesso, profissionalização e visibilidade para artistas emergentes da região.

Com a abertura das inscrições, a 6ª edição — Territórios Híbridos — reafirma a vocação do programa: formar artistas que compreendam sua prática como campo de investigação, fortalecer trajetórias que muitas vezes não encontram espaço institucional e produzir encontros que transformam modos de existir no território. A residência convida jovens criadores a explorar suas experiências sociais, culturais e afetivas com rigor, imaginação e cuidado, produzindo obras que devolvem à cidade novas leituras de si mesma.

As inscrições para a 6ª edição da Residência Artística: Territórios Híbridos estão abertas de 12 de dezembro a 11 de fevereiro de 2026, por meio de formulário online disponibilizado no site do projeto. Após o período de inscrições, a equipe realiza avaliação dos formulários, pré-seleção e entrevistas com as pessoas candidatas. O resultado final será divulgado em 11 de março de 2026. A residência tem início público com a 1ª roda de conversa no dia 18 de março e, na sequência, com os encontros semanais de produção artística a partir de 25 de março de 2026.

Serviço

Inscrições da 6ª edição da Residência Artística – Conexões Criativas
Quando: até 11 de fevereiro de 2026
Acesso: gratuito, com recursos de acessibilidade
Site: www.emprocesso.art
Instagram: @residenciaartistica.guarapuava

Fotos de Helena de Julio

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