
Projeto de literatura carcerária premia poemas de detentos
Nesta quinta-feira (11), o projeto “Círculo de Leitura: dialogando a literatura no cárcere” premiou os melhores poemas escritos por presos da Cadeia Pública de Irati em 2025. A ação extensionista é promovida há mais de dez anos na unidade prisional como forma de incentivo à educação e à cultura. A iniciativa é realizada em conjunto pela Seção de Relação Comunitária do Câmpus de Irati (Serecom/I) da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) e pelo Conselho da Comunidade da Comarca de Irati, com o apoio do Departamento de Polícia Penal do Estado do Paraná (Deppen).
A premiação serve ainda como uma celebração anual do fim das atividades educacionais de remição da pena realizadas pelo Conselho da Comunidade no local. A primeira delas, “Pedagogia da Inclusão: Letramento e Escrita”, promove aulas semanais de alfabetização, enquanto a segunda, “Liberdade pela Leitura”, envolve a produção de resenhas sobre os livros lidos pelos detentos.
Em sua 10ª edição, o concurso literário contou com a participação de 34 privados de liberdade, que inscreveram 53 produções no total. Nos textos, predominaram relatos da própria vida, em versos que falam sobre amor, família e saudade.

Ação é promovida pela Unicentro e pelo Conselho da Comunidade da Comarca de Irati. (Foto: Coorc)
Na sequência, uma banca formada por professores dos departamentos de Letras (Delet/I), História (Dehis/I) e Pedagogia (Deped/G) elegeu os cinco melhores poemas, divididos de acordo com os projetos educacionais. O concurso contou ainda, pela primeira vez, com a colaboração de bolsistas do curso de Psicologia.
No evento desta quinta-feira (11), todos os detentos receberam certificado de participação e um kit com produtos doados por comerciantes iratienses e servidores da Unicentro.
Para o agente universitário Nelson Susko, responsável pela Serecom, o sucesso do projeto vem aumentando entre a comunidade carcerária. “No início, quando nós lançamos a proposta, nós tínhamos um número pequeno de interessados. À medida que foram passando os anos, isso foi aumentando”, comenta. “É interessante que os que não sabem ler e escrever pedem para que os outros escrevam por eles para que possam também se inscrever no concurso”, complementa o chefe da Serecom.
Susko ressalta que o projeto de literatura carcerária já recebeu vários reconhecimentos, como os selos dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecidos pelas Nações Unidas, pelo cumprimento de três deles: Educação de Qualidade; Redução das Desigualdades; e Paz, Justiça e Instituições Eficazes.
Ainda neste ano, o agente universitário destaca que o “Círculo de Leitura” foi uma das ações apresentadas no XI Encontro Estadual dos Conselhos da Comunidade do Paraná, organizado pela Federação dos Conselhos da Comunidade do Estado do Paraná (Feccompar) em Matinhos. “Lá nós pudemos levar essa proposta, representando a universidade e mostrando que o papel da instituição está em propostas como essa, de inclusão, de alfabetização, de incentivo à leitura e promoção da arte”, enfatiza Susko.
Por Wyllian Correa
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