1º Workshop em Hanseníase na Unicentro reforça estratégia regional contra a doença
Em um esforço conjunto para combater uma das doenças mais antigas do mundo que ainda impacta negativamente a saúde pública brasileira, a Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) sediou na última quarta-feira (10), no Câmpus Cedeteg, o 1º Workshop em Hanseníase. O evento reuniu gestores, profissionais de saúde e acadêmicos para debater e apresentar dados sobre a prevalência da doença na 5ª Regional de Saúde do Paraná.
A hanseníase é uma doença infecciosa e contagiosa, silenciosa e de evolução lenta que, se não tratada, pode causar incapacidades e lesões permanentes. Durante o evento, foram apresentados resultados de exames realizados no Laboratório de Análises Clínicas da Unicentro no período de 2022 a 2025. O workshop também incluiu palestras sobre a evolução dos casos, farmacoterapêutica, utilização da plataforma GAL para exames baciloscópicos e diagnóstico clínico.
O coordenador administrativo da Farmácia e Laboratório Escola (Farmesc) e coordenador do evento, professor Marcos Ereno Auler, mencionou que os dados mostram que enquanto alguns municípios tiveram redução, outros apresentaram aumento, reforçando a necessidade de uma investigação aprofundada. “Precisamos fortalecer as ações para identificar os casos, tratar e interromper a transmissão, que é o principal objetivo do nosso evento”. O docente também reforçou que a universidade cumpre um papel essencial não apenas na formação de profissionais e na produção de pesquisas de qualidade, mas também na realização de ações extensionistas que atendem diretamente a comunidade.
O vice-reitor da Unicentro, professor Ademir Juracy Fanfa Ribas, destacou o papel da universidade no auxílio à população mais vulnerável. “O Câmpus Cedeteg é um dos que mais se relaciona com a comunidade, especialmente com a população carente, através das suas clínicas e ações na área da saúde. Este projeto importante e determinante é a forma da Unicentro devolver à sociedade aquilo que é investido, servindo a comunidade, especialmente aqueles que mais precisam”, ponderou.
O diretor do Câmpus Cedeteg, professor Ricardo Yoshimitsu Miyahara, corroborou a importância do workshop, frisando o papel dos projetos de extensão e pesquisa. “Nosso câmpus tem um forte apelo na área da saúde, e a hanseníase é um ‘carro-chefe’, com trabalhos desde a prevenção até o tratamento. Eventos como esse, acontecendo aqui, torna visível a articulação de toda a cadeia de combate à hanseníase, culminando na apresentação dos resultados consolidados”.
A diretora de Vigilância em Saúde de Guarapuava, Marlene Terezinha Boreck, enfatizou como a parceria com a universidade transformou a capacidade de resposta da região. “O trabalho desenvolvido no laboratório da Unicentro é de grande relevância, pois nos ajuda a fazer um diagnóstico preciso e de qualidade, o que possibilita um tratamento em tempo oportuno. Antes desse trabalho, tínhamos um gargalo muito grande com relação aos exames, e agora temos a chance de fortalecer as ações de combate à hanseníase em toda a regional”. A expectativa é que o fortalecimento da atenção primária e a capacitação contínua resultem em diagnósticos mais precoces e, consequentemente, em menores danos neurológicos para os pacientes.
O chefe do setor de epidemiologia da 5ª Regional de Saúde, enfermeiro Adriano Brum, reforçou o alinhamento do trabalho regional com as metas nacionais e globais de saúde. Ele expressou o desejo de que todos saiam do workshop cada vez mais conscientes sobre as condições de saúde relativas à hanseníase, destacando as metas a serem cumpridas até 2030. “Nós temos metas que queremos cumprir, como zerar o número de diagnósticos em menores de 15 anos e diminuir os diagnósticos tardios. Vários países já conseguiram erradicar a hanseníase, nós ainda estamos no processo. Já melhoramos muito, mas a realidade é que ainda precisamos avançar bastante no controle da doença”, alertou.
Confira as fotos do evento no Banco de Imagens da Unicentro
Por Poliana Kovalyk
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