Semana de Geografia debate caminhos para enfrentar a emergência climática

Semana de Geografia debate caminhos para enfrentar a emergência climática

Nestes primeiros dias de dezembro, a 19ª Semana de Geografia do Câmpus de Irati da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) tem discutido os desafios da emergência climática.

“Cada vez mais, estamos chegando à conclusão de que o clima está mudando. E, principalmente por conta da realização da COP 30 no Brasil, procuramos trazer o assunto não só como uma questão física, mas também social”, explica o coordenador da semana, professor Marcelo Barreto.

Na segunda-feira (01), a professora Olga Lúcia Castreghini de Freitas, da Universidade Federal do Pará (UFPA), conduziu uma palestra sobre as relações entre emergência climática e ensino, pesquisa e extensão.

“É preciso que a gente tome esse tema como objeto de pesquisa, mas que ele também chegue na sociedade em geral, seja por meio do ensino fundamental e médio, seja por meio de estruturas não formais de ensino, como a extensão universitária”, aponta a palestrante.

Palestra com a professora Olga Castreghini de Freitas, da UFPA, deu início à programação da Semana de Geografia (Foto: Coorc).

Para isso, Olga recomenda que os futuros docentes conectem saberes científicos ao dia a dia dos alunos. “Para um professor de Geografia, isso significa que ele tem que estar preparado para transmitir esse conhecimento de forma adequada aos estudantes. Por exemplo, ao falar do tipo de consumo e da destinação dos resíduos, precisa ligar isso ao nosso cotidiano”, sugere.

Alinhada a essa premissa, a Semana de Geografia buscou ampliar os horizontes formativos dos acadêmicos do curso. “O objetivo é que eles extrapolem o ambiente da sala de aula e tenham contato com outras formas de produzir e compartilhar conhecimento”, afirma o coordenador Marcelo.

Por isso, também na segunda-feira, foi aberta a exposição de materiais didáticos produzidos por estudantes da disciplina de Geografia Urbana, ministrada pela professora Fernanda Keiko Ikuta. Entre os trabalhos estão maquetes, livros para colorir e jogos.

Fábio Elielton Ferreira e Ariane Chambosque Novaki montaram uma exposição de fotos e criaram um folheto com dados sobre os resíduos sólidos em Irati. “A gente buscou informações em artigos, selecionamos fotos das redes sociais da Secretaria de Meio Ambiente e conversamos com o secretário”, conta Fábio sobre o processo. “Ao longo da nossa pesquisa, percebemos que o descarte inadequado é um problema na cidade. Então fizemos um guia informativo sobre essa situação e como proceder em relação a isso, levando esse conhecimento para as pessoas da cidade”, completa o acadêmico.

Estudantes expuseram materiais didáticos que criaram entorno do tema da emergência climática (Foto: Coorc).

Nesta terça (02), a Semana de Geografia traz apresentações de pesquisas nas áreas de Geografia Física e Geografia Humana, além da Mostra Interativa de Extensão. Na quarta-feira (03), três oficinas vão oferecer experiências práticas aos participantes do evento: “Cartoneras: produção de livros, cadernos ou agendas artesanais a partir da reciclagem do papelão”, “Chaves de classificação de solos” e “Por trás das lentes: fotos, vídeos e redes sociais”.

Na quinta (04) e na sexta (05), acontecem duas mesas-redondas. A primeira delas vai tratar sobre as práticas de ensino de Geografia diante das questões socioambientais, com as professoras Elaine de Lima Frick e Ângela Massumi Katuta, da Universidade Federal do Paraná (UFPR). A outra será sobre a agricultura camponesa no enfrentamento à crise climática, com os assessores de agroecologia Ana e André Jantara, e o professor Marcelo Mendonça, da Universidade Federal de Goiás (UFG).

Geografia na prática

Encerrando o evento, os estudantes irão a Prudentópolis no próximo dia 13 para um trabalho de campo. O roteiro inclui visitas ao Salto São Francisco, ao Morro do Chapéu e ao Pinheiro de Pedra.

“O lugar foi escolhido estrategicamente porque há um projeto de Geoparque em Prudentópolis, que é uma certificação da Unesco relacionada à questão da sustentabilidade. É um lugar muito ilustrativo e didático”, explica o professor Julio Manoel França da Silva, que vai coordenar a atividade.

Para ele, a prática é indispensável para os acadêmicos. “O trabalho de campo permite a assimilação de conceitos e que os aspectos físicos, ambientais e sociais se materializem”, sublinha o docente.

Por Amanda Pieta

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