
Unicentro recebe mais de duas mil mudas de eucalipto para projeto colaborativo de conservação
O Departamento de Engenharia Florestal (Def) da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) recebeu, nesta quarta-feira (12), 2.138 mudas de eucalipto do Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais (Ipef). A ação faz parte de um experimento científico do IPEF que integra o Projeto de Conservação de Eucaliptos Subtropicais, vinculado ao Programa Cooperativo sobre Melhoramento Florestal (PCMF).
“Essas mudas vão ser acondicionadas no viveiro por um prazo pequeno, de no máximo uma semana, para que depois seja iniciado o plantio. Nós vamos envolver os alunos tanto da graduação quanto da pós-graduação para acompanhar o processo”, descreve a professora Fabiana Schmidt Bandeira Peres.

Equipe do Ipef também conheceu a área no Câmpus de Irati onde será feito o plantio do expeimento (Foto: Coorc).
A docente afirma que o convênio com o Ipef fortalece o ensino, a pesquisa e a extensão universitária. “Isso traz visibilidade para o nosso curso, amplia as possibilidades de vagas de estágio para os nossos estudantes e de projetos de mestrado e doutorado. Essa parceria ainda vai render muito mais frutos”, vislumbra Fabiana.
As plantas entregues na universidade incluem 1.104 exemplares da espécie Eucalyptus dunnii — submetidas a 80 variações de tratamento — e 1.034 de Eucalyptus benthamii, com 70 tratamentos diferentes.
Segundo o analista técnico executivo do PCMF, Otávio Jerônimo Silva, a escolha dessas espécies se deve a sua capacidade de adaptação. “São duas espécies que são muito boas para as condições climáticas aqui da região. O benthamii, especificamente, é um dos melhores materiais para o clima frio e por isso a escolha do local aqui, em parceria com a universidade”, explica.
O projeto é desenvolvido em rede, com a participação de universidades e empresas do setor florestal em todo o país. O objetivo é manter um acervo genético de plantas, que possa ser utilizado para o melhoramento e a conservação de espécies.
Segundo Otávio, a equipe do Ipef fará um monitoramento contínuo do experimento implementado na Unicentro. “Será feito um acompanhamento, com mensurações em periodicidade de um ano e meio a três anos, para avaliar o estudo e a interação dessas espécies com o ambiente”, afirma o analista técnico.
A Unicentro já era parceira do Ipef desde 2015, com outros projetos de conservação em andamento no Câmpus de Irati. Para o instituto, a colaboração com instituições de ensino superior é essencial para preservar o patrimônio genético das espécies florestais.
“Se nós pensarmos na floresta do amanhã, o que seria, por exemplo, dos clones comerciais se eles fossem tomados por uma doença? As universidades entram nesse ponto: se tudo que fomenta a madeira se acabar, nós temos para onde voltar e resgatar esses materiais”, explica o auxiliar técnico do programa de melhoramento florestal do Ipef, Eveli Ramos.
Por Amanda Pieta



