Fecci: evento estadual destaca a força da ciência como ferramenta de transformação

Fecci: evento estadual destaca a força da ciência como ferramenta de transformação

A Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) marca presença na Feira de Cultura Científica Paraná Faz Ciência (Fecci), realizada entre os dias 4 e 6 de novembro, na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), em Curitiba. O evento é uma iniciativa do Napi Paraná Faz Ciência, com apoio da Fundação Araucária, Secretaria de Estado da Educação (Seed) e Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), com o objetivo de incentivar a cultura científica e divulgar pesquisas desenvolvidas por estudantes da educação básica em todo o Paraná.

Mais do que uma mostra de projetos, a feira é um espaço de integração entre escolas e universidades, estimulando o pensamento científico desde os primeiros anos da formação escolar e aproximando os jovens da pesquisa e da inovação. Durante os três dias de programação, centenas de trabalhos são apresentados, resultado de meses de investigação científica e da parceria entre professores e alunos de diferentes regiões do estado.

Pesquisa científica nas escolas públicas

A Unicentro tem papel essencial na Rede de Clubes de Ciências, iniciativa que envolve diretamente escolas públicas do Paraná. A articuladora da Rede e representante institucional do programa, professora Marquiana de Freitas Vilas Boas Gomes, ressaltou três dimensões principais da atuação da universidade: o fortalecimento da pesquisa científica na educação básica, o estímulo ao pensamento crítico e lógico dos participantes e o fortalecimento da parceria entre universidade e escola.

Segundo a docente, o evento representa a apogeu de um ano de pesquisas desenvolvidas pelos 25 clubes e 5 makers, todos representados no evento, reunindo cerca de 150 crianças, adolescentes e professores da educação básica. “As feiras são o momento de mostrar os resultados das investigações realizadas nas escolas. Os clubes de ciência permitem que alunos e professores vivenciem a pesquisa na prática, aplicando métodos científicos e apresentando resultados concretos. É gratificante ver crianças e adolescentes compreendendo o papel da ciência na construção de soluções para os desafios da sociedade”, observou.

Para a professora, o trabalho desenvolvido nos clubes vai além do aprendizado científico. “As crianças e adolescentes passam a enxergar a ciência como algo vivo, presente no cotidiano e essencial para transformar a realidade ao seu redor”, destacou. “Além disso, a parceria entre universidade e escola é um processo de troca. A Unicentro contribui com conhecimento e também aprende com as demandas da comunidade escolar, consolidando a educação como um espaço de formação humana e social”, completou.

O diretor de Mobilidade e Acordos Internacionais da Unicentro, Adriano Machado, responsável pela coordenação das avaliações, evidenciou a atuação da instituição em todas as etapas da feira, da concepção à execução. “A Unicentro está envolvida desde o início, na organização, na logística e agora na coordenação de todo o processo de avaliação. São mais de 100 avaliadores de diferentes universidades, secretarias e instituições parceiras, que juntos analisam 380 trabalhos e realizam cerca de 760 avaliações”, explicou.

Adriano ressaltou que o papel da Unicentro vai além do caráter técnico da avaliação. “Mais do que atribuir notas, os avaliadores contribuem para a formação dos estudantes e professores, num processo de troca de saberes. A feira consolida um movimento forte de popularização da ciência, e a Unicentro tem um papel central nesse fortalecimento”, pontuou.

Ciência como ferramenta de transformação

Entre os clubes vinculados à rede da Unicentro, diversos projetos chamaram atenção pela criatividade e relevância social. O professor Elton Pontarolo de Abreu, do Colégio Estadual Olavo Bilac, do município de Cantagalo, apresentou o projeto “Desbravadores do Conhecimento”, que propõe soluções sustentáveis para o descarte incorreto de resíduos.

“Estamos desenvolvendo uma ideia de implementação de barreiras flutuantes feitas com materiais reaproveitáveis para reter resíduos em pequenos riachos. A ideia é conscientizar a população e preservar os ambientes aquáticos, além de quantificar e qualificar os resíduos coletados para inspirar outras escolas e municípios”, descreveu.

A professora Juliana Aparecida Freiberger Ghiotto, do Colégio Adonis Morski, de Boa Ventura de São Roque, coordena o Clube Adonis Consciência, que desenvolve ações de conscientização sobre a coleta seletiva e o reconhecimento dos trabalhadores do Centro Municipal de Triagem de Recicláveis. Pelo destaque das ações, o grupo recebeu o prêmio Meu Clube Show, concedido pela Secretaria de Educação, ficando em primeiro lugar na categoria Comunicação. “Ficamos muito felizes e surpresos com o reconhecimento. O prêmio mostra que a ciência está no nosso dia a dia e pode transformar realidades a partir de pequenos gestos. O kit mídia que recebemos é um incentivo para continuar divulgando nossos projetos e inspirando mais pessoas”, comemorou a professora.

No Colégio Estadual Padre Chagas, de Guarapuava, o Clube de Ciências Eco Cientistas Visionários, coordenado pelo professor Emerson de Souza Gomes, desenvolve um projeto voltado à prevenção de inundações e alagamentos no córrego do Barro Preto, na Vila Carli. A iniciativa busca compreender as causas dos problemas ambientais da região, como o descarte incorreto de resíduos, a falta de saneamento e a ocupação irregular das margens, e propor soluções que envolvam a comunidade e o poder público. “Os alunos têm adquirido muito conhecimento sobre os impactos ambientais e sociais das enchentes. Agora estamos estruturando propostas concretas para apresentar às autoridades e, no próximo ano, queremos ampliar o trabalho de educação ambiental com a comunidade, mostrando que é possível agir e cobrar melhorias”, destacou.

A estudante Fernanda Coutinho Huchak, de 16 anos, integrante do mesmo clube, ressaltou o aprendizado proporcionado pela participação na feira. “Está sendo uma experiência incrível. É a primeira vez que apresento nosso projeto fora da cidade. Aprendi muito com as trocas e com a oportunidade de mostrar nosso trabalho sobre as inundações e como a população pode agir diante disso”, compartilhou.

Confira as fotos do evento no Banco de Imagens da Unicentro

Por Poliana Kovalyk


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