Liga Acadêmica de Anatomia da Unicentro promove palestra sobre prevenção ao suicídio

Na noite desta última quarta-feira (4), a Liga Acadêmica de Anatomia Humana Aplicada, do curso de Medicina da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), realizou o evento de encerramento da gestão 2024/2025. Para marcar a ocasião, a liga promoveu uma palestra especial com o tema “O valor da Escuta: Experiências de um caminho contra o isolamento e o suicídio”, no auditório do PDE, no Câmpus Cedeteg, em alusão ao Setembro Amarelo, mês dedicado à conscientização sobre a saúde mental e à valorização da vida.

O presidente da liga acadêmica, Amílcar Gabriel, conta que o objetivo da liga é trazer um ponto de vista mais aplicável à anatomia, porque é umas das disciplinas fundamentais da medicina e os estudantes e profissionais passam e passarão por ela, todos os dias. “Como o setembro amarelo é uma temática muito relevante, a prevenção do suicídio, a escuta ativa e a saúde mental, e como é o nosso último evento como liga acadêmica, nós resolvemos abrir mão dessa visão mais técnica, que seria da aplicação prática da anatomia, e  pensamos em um evento que fosse voltado pra saúde mental”, explicou. 

O palestrante convidado foi  Arthur Antônio Mondin, que, ao lado de sua esposa Maria de Lourdes Mondin, atuou como voluntário por mais de 30 anos no Centro de Valorização da Vida (CVV) em São Paulo (SP). Durante sua trajetória no CVV, Arthur se destacou pela criação, em 2008, do primeiro serviço de atendimento online do mundo, que permanece em funcionamento até hoje e ampliou o alcance do apoio emocional oferecido pela instituição.

Após se desligar do CVV, em 2010, Arthur mudou-se para Guarapuava e, atento às necessidades locais, idealizou em 2018 o Guarapuava Salvando Vidas (GSV), plataforma dedicada à escuta atenta e ao acolhimento emocional. O projeto iniciou oficialmente suas atividades em 2019 e, desde então, tem sido referência no suporte a pessoas em sofrimento emocional.

Arthur conta que nesses anos trabalhando com o CVV e o GSV, já lidou com inúmeros casos e que depressão e suicídio não tem cara, gênero ou idade. “Na palestra de hoje, trouxemos alguns dados importantes, algumas informações sobre como é o trabalho com o GSV, como é o resultado disso, e falar um pouco das pessoas que nos procuram, sempre pessoas que estão desesperadas, que estão aflitas, que estão pensando em morte. E, às vezes, crianças de 11, 10 anos já falando que querem morrer”, apontou Arthur.

O GSV segue princípios inspirados no CVV e baseia-se em três pilares fundamentais: compreensão, aceitação e respeito. A filosofia do projeto valoriza olhar o outro a partir de sua própria perspectiva, oferecendo empatia no mais alto grau e promovendo um espaço de acolhimento sem julgamentos, onde cada pessoa é respeitada em sua individualidade e visão de mundo.

Para o vice-presidente da liga acadêmica, organizador do evento e acadêmico do 2° ano de Medicina, Jared Pereira Silva, o evento marcou não apenas o encerramento de um ciclo importante para a Liga Acadêmica de Anatomia, mas também reforçou o papel essencial do diálogo e da escuta ativa na prevenção ao suicídio. “Nós, futuros médicos, teremos que estar atentos aos pacientes e teremos que escutá-los, muitas vezes de uma forma não interventiva, pautando no fato de que muitas pessoas não têm a oportunidade de serem escutadas e o sofrimento relacionado à angústia é o que leva também ao suicídio”, concluiu o estudante.

Por Mylena Camargo, com supervisão de Giovani Ciquelero

Confira as fotos do evento no Banco de Imagens da Unicentro

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