
Alunas da Uati e da graduação da Unicentro realizam contação de histórias em escola de Irati
A semana começou animada para as crianças da Escola Municipal João Batista Anciutti. Isso porque um grupo da instituição vizinha, o Câmpus de Irati da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), fez uma visita aos pequenos para uma tarde de contação de histórias. A iniciativa foi uma colaboração entre alunas da Universidade Aberta à Terceira Idade (Uati) e estudantes de Fonoaudiologia e Psicologia.
A coordenadora da Uati, professora Cinthia Lucia de Oliveira Siqueira, explica que a ideia veio do estágio em Fonoaudiologia Educacional. “Esse estágio já acontece aqui na escola e a gente fez uma ação conjugada com a Uati, porque elas estavam trabalhando narrativa oral e literatura infantojuvenil. Como o estágio acontece no mesmo horário da Uati, eu falei: ‘Poxa, a gente pode fazer um trabalho intergeracional’”, contextualiza a docente.

Crianças da Escola Municipal João Batista Anciutti se divertiram com a história contada pela equipe da Unicentro.
Após a busca e a leitura de contos, a equipe selecionou “Dona Baratinha”, livro de Ana Maria Machado que traz a procura da personagem título por um noivo. No enredo, muitos animais se candidatam para o casamento e quando a barata finalmente escolhe o rato como seu esposo, ele cai em uma panela de feijoada e a cerimônia é cancelada por conta do fato cômico.
Durante algumas semanas, as acadêmicas e as uatianas foram construindo adereços e organizando o roteiro da apresentação. Cada uma das idosas escolheu um animal da história e ensaiou a interpretação. “Tem todo um trabalho pelo viés da Fonoaudiologia, um trabalho com a linguagem, seja a linguagem escrita, a literatura, a oralidade. A gente vai se descolando do livro, trazendo um pouco da marca da identidade de cada um”, detalha a coordenadora Cinthia.
As protagonistas da tarde avaliaram positivamente a experiência. “Eu amei. Só de ver o olhinho deles, impressiona a gente e compensa. Foi muito lindo mesmo”, afirma Tereza Jesus dos Santos, de 71 anos.
Enquanto isso, as crianças se divertiram com as atuações. “Foi legal”, comenta Maria Clara, de 6 anos. “Gostei do cavalo, do carneiro e da feijoada”, responde Mirella, também de 6 anos, sobre o que mais lhe agradou no conto.

Idosas participantes da Universidade Aberta à Terceira Idade (Uati) foram as protagonistas da contação de histórias
Para a estudante Alice Afra Valverde, a contação de histórias foi um teste das potencialidades da Fonoaudiologia Escolar. “Acho que contribui para minha formação no sentido de ter essa experiência de educação não formal, de trabalhar a linguagem com esses idosos, fazer eles se colocarem em um lugar de protagonismo e, ao mesmo tempo, de transformar essa narrativa para um público bem diferente do que eles estão acostumados”, relaciona a aluna.
A uatiana Sirlei Bonfim Mendes, de 65 anos, também destacou a riqueza da atividade. “Muito bom. Assim como eles aprendem com a gente, a gente está aprendendo com eles”, destaca. Para ela, o encenar, que é trabalhado nas aulas da Uati, melhora sua qualidade de vida. “Nós estamos fazendo um teatro também para o final do ano. Temos aula com o professor de teatro e lá a gente faz também os personagens. A Uati é uma coisa muito boa para a terceira idade – quem não vem, perde”, ressalta Sirlei.
Uma das professoras da Escola João Anciutti, Daiane Fernanda Burak salienta que, para além de uma programação diferente, a iniciativa é uma oportunidade de estender os temas para as aulas. “É uma atividade bem legal porque é fora do comum. Além disso, tem o conhecimento. Com as histórias, dá para trabalhar várias coisas, como os animais, o som que cada um faz e trabalhar mais a fundo cada parte, se quiser”, vislumbra Daiane.
A ação é fruto de uma parceria entre a Unicentro e a Escola Municipal João Batista Anciutti, com apoio da Secretaria Municipal de Assistência Social, do Complexo Cidade do Idoso, do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) Vila Nova e da Secretaria Municipal de Educação.
Para a coordenadora da Uati, esse tipo de ação beneficia a todos os envolvidos. “Eu diria que é uma formação tripla, tanto das estudantes da Fonoaudiologia como dos idosos e das próprias crianças, porque o estágio de Fonoaudiologia Educacional prevê isso – uma ação nas escolas a fim de potencializar esse uso efetivo da linguagem”, finaliza Cinthia.
Por Amanda Pieta
As fotos da atividade estão disponíveis no Banco de Imagens da Unicentro.