
Simpósio da Unicentro apresenta projetos de inovação desenvolvidos em programas de pós-graduação
A Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) promoveu nesta quarta-feira (25) o 2º Simpósio de Avaliação do Programa de Mestrado e Doutorado Acadêmico para Inovação (MAI/DAI). Vinculado à Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propesp), o evento apresentou os resultados de nove projetos desenvolvidos por estudantes da graduação, mestrado e doutorado contemplados em editais do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Os trabalhos são focados em inovação tecnológica e integração com o setor produtivo.
Coordenador de projetos estratégicos da Propesp e da Infraestrutura Multiusuária de Pesquisa da Unicentro (IMP), o professor Marcos Ventura Faria explicou que o simpósio busca discutir os resultados alcançados, os desafios enfrentados e as perspectivas futuras para o MAI/DAI, contribuindo para o seu aprimoramento. “Esse evento é para que os projetos em andamento, aqueles que já têm resultados e até mesmo os que já foram concluídos possam ser apresentados. Temos também a participação de um avaliador externo, o professor Deoclécio Domingos Garbuglio, do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), que vai avaliar os projetos e o processo em si, o que é essencial para nosso planejamento e prestação de contas às agências de fomento”, explicou o docente, que também integra o Departamento de Agronomia.
A palestra de abertura foi conduzida pelo professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Sérgio Miguel Mazaro, pesquisador em controle biológico e indução de resistência. Com ampla atuação junto a empresas do setor agrícola em todo o país, Mazaro trouxe reflexões sobre o potencial dos insumos biológicos. Durante sua fala, ele destacou usos que vão além do combate a pragas, fungos, bactérias e doenças, abrangendo também benefícios como a bioestimulação das plantas, aumento da resistência ao estresse hídrico e capacidade de solubilização de nutrientes do solo.
Além do enfoque técnico, a palestra também abordou o empreendedorismo na pesquisa acadêmica, ressaltando a importância de integrar os programas de pós-graduação com o setor empresarial para transformar conhecimento científico em soluções inovadoras que atendam às demandas do mercado. Mazaro ainda compartilhou sua trajetória com startups e alertou sobre os desafios do setor. “Empreendimentos de sucesso exigem conhecimento, coragem e gestão. Mostrei aos alunos a importância de transformar pesquisa em inovação. A parceria entre empresas e programas de pós-graduação é fundamental para acelerar processos e tornar a produção científica mais aplicada e eficaz. Tive experiências com 13 startups que trouxeram aprendizados e reforçaram essa visão”, apontou o pesquisador.
Rodada de apresentações promove troca de conhecimento entre pesquisadores
Após a palestra, o simpósio seguiu com a rodada de apresentações dos projetos desenvolvidos por estudantes da graduação, mestrado e doutorado. Entre eles, esteve o da doutoranda Daiane Lopes da Silva, do Programa de Pós-Graduação em Agronomia. Ela estuda o uso de bactérias isoladas de resíduos do cultivo de cogumelos para a criação de produtos biológicos com ação contra diferentes patógenos agrícolas. “Após a colheita dos cogumelos, o substrato utilizado se torna um resíduo e seria descartado. No laboratório, realizamos a bioprospecção desse material, isolando bactérias até obter culturas puras. Com esses isolados, fazemos testes para avaliar a produção de substâncias com potencial de inibir patógenos”, explicou.
Segundo a doutoranda, a pesquisa, que integra sua tese, é fundamental para o desenvolvimento de novos produtos biológicos, especialmente diante da resistência adquirida por microrganismos do campo ao longo do tempo. “Um produto que é eficaz hoje pode não funcionar no futuro, por isso buscamos alternativas que ampliem o controle sobre diferentes patógenos. Muitas vezes temos soluções para um, mas não para outros”, observou Daiane.
Atualmente, o projeto já conta com 220 isolados em fase de testes, com os primeiros resultados mostrando-se promissores. “Participar do simpósio é uma experiência muito rica. Além de apresentar nosso trabalho, podemos conhecer pesquisas de outros colegas e receber sugestões de avaliadores e representantes de empresas sobre o que o mercado está buscando”, destacou a pesquisadora.
Por Poliana Kovalyk
Confira as fotos do evento no Banco de Imagens da Unicentro.
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