Unicentro sedia 7º Colóquio Internacional: Museus, Arquivos e suas Interfaces
A Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) sedia, entre os dias 30 de junho e 4 de julho de 2025, a sétima edição do Colóquio Internacional: Museus, Arquivos e Suas Interfaces. O evento, que ocorre no miniauditório e na sala de eventos do Câampus Santa Cruz, reúne pesquisadores, estudantes e profissionais para discutir temas relacionados à memória, ao patrimônio cultural e à linguagem dos museus, com ênfase em eventos históricos traumáticos como o Holocausto e a ditadura militar.
Coordenado pela professora Maria Cleci Venturini, o evento é resultado de um percurso de pesquisa iniciado nos anos 2000, com atuação em museus da região e no exterior. “Ele vem das minhas pesquisas desde antes da tese, quando eu já trabalhava com o museu Érico Veríssimo e, mais tarde, com museus aqui no Paraná, como o de Entre Rios e o Museu do Holocausto”, afirma.
A proposta do colóquio é refletir sobre como arquivos, testemunhos e espaços museológicos produzem sentidos sobre acontecimentos históricos violentos. Entre os conceitos discutidos estão memória, discurso, identidade, exclusão e as disputas ideológicas presentes na curadoria de exposições. “O mesmo acontecimento pode ter significado de modos diferentes, dependendo do sujeito, de onde ele olha e da inscrição ideológica dele”, afirma a professora do Departamento de Letras da Unicentro.
Segundo a Maria Cleci, esse ano a universidade retorna com a exibição da mostra “Faces de Auschwitz”, que estará aberta ao público de 16 de junho a 4 de julho no Câmpus Santa Cruz. “Não estamos tratando apenas da questão judaica, mas sim da violência, da segregação e dos discursos que ainda hoje sustentam práticas excludentes”, diz a docente.
O evento contará com pesquisadores do Brasil, de Portugal e da Argentina. “Tentamos incluir representantes de várias regiões do país e convidados internacionais, para que os alunos e a comunidade tenham acesso a debates que, muitas vezes, só ocorrem em grandes centros acadêmicos”, destaca.
A professora reforça que o colóquio também é uma oportunidade de aproximação com as escolas da região e de valorização da universidade pública. “A nossa universidade é pública, gratuita, renomada, produz conhecimentos relevantes e é acessível a todos. Algumas populações veem a universidade como muito distante delas, e vindo aqui elas podem ver: ‘eu posso ir lá, eu posso ver, eu vou à exposição, eu vou participar’”, afirma.
As inscrições para proposição de simpósios temáticos seguem abertas até 30 de maio, e devem ser feitas pelo e-mail museuscoloquio@gmail.com, com o título “Proposta de Simpósio”. As sessões ocorrem no período da tarde, das 14h às 16h, em formato híbrido.
Por Isabella Silva, com supervisão de Giovani Ciquelero
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