
Representantes da Itaipu visitam a Unicentro e conhecem impacto social das hortas urbanas
Na terça-feira (27), a Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) recebeu representantes da Itaipu Binacional e Itaipu Parquetec, que acompanharam de perto os projetos aprovados pelo Programa de Extensão para Sustentabilidade Territorial, entre eles o “Hortas Urbanas como Projetos de Soluções Baseadas na Natureza (SbN)”. A visita teve início com uma apresentação institucional sobre o andamento das atividades, seguida por uma visita técnica às hortas urbanas comunitárias dos bairros Feroz II e Xarquinho, em Guarapuava.
Segundo o coordenador do projeto na Unicentro, professor Paulo Nobukuni, o encontro teve como objetivo principal apresentar as ações e impactos gerados até o momento, além de fortalecer os laços com a Itaipu, que atualmente financia o trabalho por meio do programa. “Eles vieram para verificar se a política pública está funcionando, mas também para aprender, trocar experiências e, quem sabe, ampliar as parcerias”, destacou. O projeto das hortas urbanas, segundo o professor, vai muito além do cultivo de alimentos. “É um espaço de troca de saberes. A universidade leva conhecimento técnico, mas também aprende muito com os horticultores sobre organização, saúde e qualidade de vida. Isso não seria possível se estivéssemos apenas dentro da universidade”, refletiu o docente do Departamento de Geografia.
O reitor da Unicentro, professor Fábio Hernandes, também destacou essa relevância social. “Estamos em uma região que precisa de apoio, principalmente nos territórios e comunidades mais vulneráveis. Este projeto não só contribui para a geração de renda de famílias, mas também promove a hortoterapia, melhorando a saúde física e emocional dos participantes”, apontou o reitor. Fábio citou, ainda, o relato de uma participante que encontrou na atividade uma forma de superar o isolamento e melhorar sua qualidade de vida. “A horta é muito mais do que um espaço de cultivo, ela promove o entrosamento, o diálogo, a conscientização e leva conhecimento à comunidade. Eu sempre me orgulho muito de estar à frente destes projetos. Em nome da reitoria, só tenho a agradecer aos nossos professores, estudantes e ao poder público”, completou.
Eva Santos, atual coordenadora da horta comunitária do Xarquinho, é uma das fundadoras da iniciativa que transformou um antigo lixão em um espaço produtivo e acolhedor. Atuando há quase quatro anos no local, ela conta que o projeto nasceu a partir da mobilização de moradoras do bairro, que começaram pela limpeza da área e pela busca de soluções para o abastecimento de água. Hoje, a horta beneficia cerca de 30 famílias e deve alcançar 40 até 2026, promovendo não apenas segurança alimentar, mas também acolhimento e bem-estar. “Aqui é nossa segunda casa, nossa segunda família. Pessoas que chegam doentes, com ansiedade, depressão, encontram um espaço de cura e alegria. Nós aprendemos uns com os outros, sempre nos respeitando. Nossa horta é muito importante e faz a diferença”, celebrou a horticultora.
Eva destacou ainda a parceria com a Unicentro, que contribui com orientações técnicas e fortalece o trabalho coletivo, principalmente no enfrentamento de pragas e na busca por novas estratégias para ampliar a participação da comunidade.
Sobre o programa
O Programa de Extensão para Sustentabilidade Territorial é um convênio entre a Itaipu Binacional, o Itaipu Parquetec e 16 instituições públicas de ensino superior. O objetivo é desenvolver projetos de extensão em sustentabilidade, construindo uma rede sólida de ações voltadas aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030.
Representando o Itaipu Parquetec, o analista Alysson Guimarães contou que, no total, 210 projetos foram selecionados e recebem bolsas de incentivo em atividades que abordam desafios socioambientais, com ações práticas e conscientização para a construção de um futuro mais sustentável. “Esperamos que esses projetos levem o conhecimento gerado na universidade para a comunidade, promovendo desenvolvimento territorial e bem-estar social. A ideia é que cada pequeno território ou cidade, que muitas vezes não tinha acesso a essas iniciativas, agora possa se transformar, evoluindo aos poucos por meio desse contato e dessas oportunidades”, salientou.
Também representando a Itaipu, Carlos Alberto da Silva apontou a riqueza interdisciplinar do projeto de hortas urbanas da Unicentro. “Nós temos visitado muitos projetos, mas nunca vi tamanha diversidade de saberes como aqui, com a presença das áreas de química, agronomia, geografia. E ainda a forte presença feminina com as horticultoras, que trazem vitalidade, entusiasmo e solidariedade”, elogiou Carlos.
Por Poliana Kovalyk
Confira as fotos da visita no Banco de Imagens da Unicentro.