
Encerramento do Pint of Science Guarapuava 2025 destaca avanços da bioimpressão e impactos da inteligência artificial
Transformar bares e restaurantes em espaços de troca de conhecimento científico foi, mais uma vez, a proposta que movimentou Guarapuava com o Pint of Science 2025. Em sua segunda edição na cidade, o festival, reconhecido como o maior evento internacional de divulgação científica, promoveu conversas descontraídas entre cientistas e a população, aproximando a produção acadêmica do dia a dia das pessoas. A iniciativa contou com o apoio da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) e da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR – Guarapuava).
O encerramento das atividades aconteceu na noite desta quarta-feira (21), no Restaurante KM, com duas apresentações que chamaram a atenção do público: uma palestra sobre bioimpressão 3D e uma mesa redonda sobre os desafios e usos da inteligência artificial (IA).
A estudante Larissa Fusverki, de 21 anos, aluna do curso de Física na Unicentro, acompanhou as atividades do evento e destacou a importância dessa iniciativa. “A divulgação científica ainda é muito precária. Trazer esses temas para um ambiente mais descontraído, como bar ou restaurante, é muito inovador. Até quem já está no local acaba ouvindo e aprendendo”, destacou a estudante.
Impressoras que salvam vidas
A primeira palestra da noite, intitulada “Cuidado com a impressora, ela está criando vida!”, foi conduzida pela professora Taiana Gabriela Moretti Bonadio, que apresentou um panorama sobre o uso da impressão 3D na área da saúde. Ela destacou que já é possível, por exemplo, imprimir pele humana utilizada em enxertos para pacientes com queimaduras, como tem sido feito na Austrália.
Durante sua fala, Taiana compartilhou as atividades desenvolvidas pelo Grupo de Física Aplicada em Materiais (GFama), da Unicentro, do qual faz parte. O grupo tem se dedicado a testar biomateriais que poderão futuramente ser utilizados em procedimentos médicos.
Um dos integrantes do GFama, o estudante de Física, Gabriel Vinícius Weske, esteve presente e falou sobre sua participação no grupo e a importância do evento. “Eu sou orientando da professora Taiana, faço iniciação científica com ela e estamos desenvolvendo um projeto que ainda está em andamento. Vamos usar o casulo da seda para extrair a fibroína, uma proteína que pretendemos aplicar em um hidrogel para possíveis enxertos ósseos ou, caso não funcione, em tecidos mais moles, como cartilagem”, contou Gabriel.
Inteligência artificial sob múltiplos olhares
Encerrando o evento, a mesa redonda “Artificialmente inteligente” reuniu os professores Luiz Alexandre Kostecska, Rafael Nunes, Gilmar Szczepanik e Maicon Ferreira de Souza. O bate-papo trouxe olhares diversos sobre o uso da inteligência artificial (IA) na sociedade.
Cada professor contribuiu com uma perspectiva diferente: da aplicação da IA na arte à sua presença em tarefas cotidianas, ambientes educacionais e ferramentas profissionais. O consenso entre os convidados foi de que a IA, longe de substituir completamente o ser humano, deve ser entendida como uma ferramenta poderosa que, usada com responsabilidade, amplifica capacidades humanas e oferece novas possibilidades para o trabalho, a pesquisa e a criatividade.
A informalidade do evento também chamou a atenção de Anthony Matheus de Paula, de 23 anos, que participou como público geral. “Eu não faço faculdade, mas gostei bastante. Foi bem explicado e num ambiente descontraído. Vim acompanhar minha namorada, mas acabei aprendendo bastante. Eu sou uma pessoa curiosa, então foi muito interessante”, disse Anthony. O Pint of Science Guarapuava 2025 se encerra reforçando o objetivo central do evento: fazer ciência circular de forma simples, interessante e democrática.
Por Mariana Huller, com supervisão de Giovani Ciquelero
Confira as fotos do evento no Banco de Imagens da Unicentro.
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