
Abertura da exposição Arte² é realizada no Câmpus Santa Cruz
A exposição Arte² iniciou na última quinta-feira (8) e segue aberta para visitação até o dia 6 de junho no Centro de Exposições do Câmpus Santa Cruz, em Guarapuava. Realizada desde 2016, a mostra tem como tema nesta edição “Perspectivas do real: miradas poéticas”.
A pluralidade é uma das marcas deste ano: mais de 100 artistas estão expondo suas obras. Além do Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia e Alagoas são alguns dos estados muito bem representados na mostra por meio de fotografias, pirografias, pirogravuras, minitelas, produções audiovisuais e poesias, como explica a diretora de Cultura da Unicentro, Níncia Cecília Ribas Borges Teixeira. “O Arte² sempre foi voltado para o cotidiano. É como esse artista vê o dia a dia por um olhar poético. Então, todos os anos a gente repete essa mesma temática desse olhar para o cotidiano e para o ano que vem, 2026, os 10 anos [da exposição], a gente vai lançar um Arte² Internacional”.
Para a professora Níncia, ser artista é um ato de resistência. E resistir é não se curvar diante do óbvio, é ir além. As obras expostas nesta edição do Arte² trazem exatamente isso: um olhar que vai além do superficial e toca na alma. A mostra convida o público a pensar em detalhes cotidianos que muitas vezes passam despercebidos, bem como refletir ainda mais a fundo diante de criações abstratas.
Marina Cristina Rosa Calixto é umas expositoras. O quilling – técnica de arte em papel – que produziu tem como tema o pardal, como uma metáfora para a infância e para a perda de entes queridos. O pássaro, que muitas vezes passa despercebido no dia a dia, quando vai embora deixa apenas uma lembrança de que já esteve ali. “Assim é com os idosos quando eles partem, vão embora e a infância também. Quando a nossa infância acaba a gente não aproveitou, não viu a beleza dela, mas uma hora ela acaba e ela vai embora deixando lembranças, assim como o pardal”, comenta.
Já Gustavo Krueger, que desenha há cerca de quatro anos, conseguiu transformar em arte questões relacionadas à sua primeira graduação, que foi a Geografia. Ele utilizou a pintura como uma forma de abordar novos olhares sobre a educação ambiental. “A minha proposta passa pela Década do Oceano, uma das propostas da ONU que olham para a proteção e conscientização sobre a questão ambiental dos oceanos e esse olhar de que, mesmo longe do oceano, a gente pode conversar, a gente pode compreender a partir dos recifes de corais, das praias, dos manguezais, ecossistemas que são fundamentais para esse ciclo desse nosso grande planeta”, conta.
Muitos dos artistas criaram suas artes a partir da observação de detalhes, como ressalta Arthur Linzing, que compartilhou belas paisagens de Faxinal do Céu por meio de fotografias. “Eu, assim como todas as obras que eu estou vendo aqui, percebo que todos querem passar a ideia dos detalhes. Todos. Se você quer tentar conhecer um local, perceba os detalhes, como flores, folhas, enfim”.
A diversidade de estilos de arte abrange muitos gostos e o público pôde, inclusive, interagir com algumas delas. A mostra é um convite para, além de refletir e se conectar com as criações, perceber o seu próprio olhar artístico sobre a vida. “Enche o coração, né? Alivia a alma, porque a arte faz isso com a gente. Você percebe o olhar do artista em coisas que muitas vezes passam despercebidas por você”, compartilha uma das visitantes da mostra, Sandra Regina Homeniuk.
Por Ana Flávia Godoy, com supervisão de Giovani Ciquelero
Confira as fotos do evento no Banco de Imagens da Unicentro.
Você já conhece o canal de transmissão da Unicentro no WhatsApp?
Lá, você encontra notícias fresquinhas e em primeira mão, além de comunicados oficiais, eventos, conquistas da galera e muito mais! Clique aqui para participar e fique por dentro de tudo o que é destaque na nossa universidade.