
Roda de conversa no Câmpus de Irati discute violência contra as mulheres
Na noite desta quarta-feira (7), o Departamento de História (Dehis/I), o Programa de Pós-Graduação em História (PPGH) e o Núcleo de Estudos de Gênero, Espaços Simbólicos e História (Negesh) promoveram uma roda de conversa para debater a violência contra as mulheres. Realizado no Câmpus de Irati da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), o evento exibiu “Corpos feridos, Almas fortes: um retrato da violência de gênero”, documentário produzido por Paola Emiliano de Morais e Marlon João Chmik, egressos da instituição.
Uma das coordenadoras do Negesh, a professora Alexandra Lourenço explica que o formato escolhido para o encontro busca criar um ambiente propício à participação de todos os presentes, em especial do público. “Esse tema da violência contra as mulheres é extremamente importante e projetos como esse, eu entendo, têm um grande impacto social para discutir isso”, ressalta a docente.
Para exemplificar a urgência do debate, Alexandra destacou dados de uma pesquisa que ela vem desenvolvendo nos últimos anos junto aos nove municípios que integram a 4ª Regional de Saúde do Paraná. Segundo o levantamento, em 2024, considerando apenas as ocorrências registradas oficialmente, 1549 mulheres foram vítimas de violência na região Centro-Sul do estado. Esse número é quase o dobro do registrado em 2022, quando foram 856 vítimas.
A partir desse contexto, Paola Emiliano de Morais e Marlon João Chmik decidiram transformar o seu trabalho de conclusão de curso em um documentário e assim juntar os seus interesses de pesquisa para trazer as histórias de duas personagens. A primeira delas é a agente universitária Ana Maria Charnei, vítima de uma tentativa de feminicídio no próprio Câmpus de Irati em 2022. A segunda, Kauany Chaves, é uma mulher trans que passou por diversos episódios de violência na cidade.
“Quando aconteceu esse incidente com a Ana, a gente ficou muito impactado porque a gente estava aqui, fizemos uma manifestação naquela noite. Mas como a pesquisa do Marlon era com a comunidade LGBT, a gente decidiu cruzar as duas histórias, porque não dá para falar de violência contra a mulher sem falar de mulheres transgêneros também, porque elas sofrem muito mais, inclusive”, afirma Paola.
Participaram ainda da discussão no Auditório Denise Stoklos a professora Ana Paula Wagner, orientadora do trabalho, as professoras Nádia Guariza e Daiane Carnelos Resende Laibida, a agente universitária Ana Maria Charnei, além de acadêmicos e docentes de diversos cursos da unidade universitária.
Próximos eventos
Apresentada no âmbito do projeto “Vamos conversar sobre violência contra as mulheres”, a iniciativa também vai promover a projeção do material e rodas de conversa sobre o tema em outro locais de Irati e Prudentópolis. Confira os detalhes da programação e se inscreva pelo Sistema de Gestão de Eventos da Unicentro.
Onde buscar ajuda ou denunciar
Como lembra a professora Alexandra Lourenço, a Unicentro tem como canais de denúncia a Comissão para Prevenção da Violência de Gênero e Assédio, que atende pelo e-mail combateaoassedio@unicentro.br, e a Ouvidoria da universidade, que pode ser acionada pelo site unicentro.br/ouvidoria.
Documentário
“Corpos feridos, Almas fortes: um retrato da violência de gênero” está disponível na íntegra no YouTube.
As fotos do evento estão disponíveis no Banco de Imagens da Unicentro
Por Wyllian Correa
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