Medicina de precisão ganha reforço com novo laboratório comandado por pesquisadores da Unicentro

Um marco importante para a população de todo o estado do Paraná. Na tarde desta sexta-feira (11), a Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) deu mais um passo rumo ao fortalecimento da pesquisa científica voltada à saúde. Durante evento realizado no Bloco Didático da Unicentro no Hospital Regional do Centro-Oeste Bernardo Ribas Carli, foi assinada a autorização para a contratação do projeto que viabiliza a instalação do “Laboratório de Espectrometria de Massas de Alta Resolução: Plataforma para Estudos Multiômicos”. A iniciativa é fruto de uma parceria entre a universidade, a empresa Repinho, o Hospital São Vicente de Paulo e a Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), com recursos do Fundo Paraná.

Com investimento total de R$ 1.497.523,74, sendo mais de R$ 1,1 milhão para aquisição de equipamentos e cerca de R$ 308 mil para custeio, o novo laboratório será instalado no Hospital São Vicente de Paulo e utilizará tecnologia de ponta para impulsionar a medicina de precisão, com diagnósticos mais eficazes e tratamentos personalizados. A expectativa é de que o laboratório entre em pleno funcionamento no prazo de três meses.

Autoridades prestigiaram o evento

A coordenadora do laboratório, professora Renata Marino Romano, docente do Departamento de Medicina da Unicentro, explica a relevância da nova estrutura para o avanço científico da universidade e da saúde pública. “Este é um momento ímpar. A chegada dessa tecnologia de ponta representa um marco para a Unicentro. O laboratório vai impulsionar significativamente nossas pesquisas em medicina de precisão e ampliar as possibilidades de integração com outros setores, já que estará inserido em um parque tecnológico, nos aproximando de hospitais, empresas e parceiros estratégicos”, pontua.

O espaço físico para o laboratório será no Hospital São Vicente de Paulo, graças à atuação do CEO da Repinho, vice-provedor do hospital e professor honorário da Unicentro, Odacir Antonelli. Em seu discurso, o empresário destacou a importância da parceria entre universidade, empresa e setor hospitalar. “Essa aliança entre a universidade, o setor privado e os hospitais representa um marco para a inovação em saúde. Estamos falando de um projeto visionário para criar um centro de tecnologia global”. 

“O setor empresarial entra nesse projeto com a convicção de que tem um papel social a cumprir — investir em tecnologia pensando no bem comum. A universidade, por sua vez, traz o conhecimento, a pesquisa e a formação. Essa união fortalece a saúde pública, a ciência e a transformação social” – Odacir Antonelli 

Diagnósticos precisos, monitoramento de tratamentos e pesquisas

A professora Renata Marino Romano explica que o novo equipamento é capaz de identificar “a massa precisa de substâncias”, o que permite uma análise extremamente detalhada de compostos biológicos. “É como se a gente conseguisse medir alguma coisa na nossa casa com uma precisão absurda e que aquela medição fosse especificamente de um produto”, exemplifica. Essa precisão viabiliza a identificação de marcadores de doenças, o desenvolvimento de protocolos de diagnóstico e o monitoramento terapêutico individualizado.

Segundo a professora, a ferramenta é essencial para estudar como proteínas e metabólitos respondem ao envelhecimento, à alimentação e ao estresse, por exemplo. “O equipamento vai permitir que a gente consiga precisar qual é o efeito do meio ambiente, do nosso estilo de vida, tanto na manifestação de doenças como na preservação da saúde”.

Responsável pela coordenação técnico-científica do projeto, o vice-reitor da Unicentro, professor Ademir Juracy Fanfa Ribas acredita no impacto nacional do projeto, e reforça a importância de pesquisas voltadas à saúde coletiva. Segundo ele, o novo laboratório de espectrometria “vai beneficiar toda a população paranaense e até do Brasil”, especialmente as pessoas com menor acesso a diagnóstico e tratamento. 

Fábio Hernandes, reitor da Unicentro, também assinou a autorização para a contratação do projeto

Para o vice-reitor, o objetivo é investir fortemente em pesquisa aplicada, com foco em resultados que impactem diretamente a vida das pessoas. “A ideia é tentar identificar possíveis problemas em um contexto coletivo, que depois, no âmbito individual, possam ser sanados”, afirma.

Ademir também ressaltou o ineditismo da iniciativa.

“Há inovações previstas nessa proposta que ainda não existem em nenhum outro lugar do Brasil. Será o primeiro desse tipo e será feito pela Unicentro aqui em Guarapuava” – Ademir Fanfa Ribas

Projeto reforça qualidade da ciência feita na Unicentro e seu compromisso com a saúde pública

O reitor da Unicentro, Fábio Hernandes, ressaltou que a implantação do novo laboratório reforça a excelência dos profissionais da universidade e o compromisso da instituição com a saúde pública.

“Isso mostra, primeiro, que temos pesquisadores qualificados, pesquisadores de ponta. Segundo, que nós temos muito a contribuir para a saúde de toda a nossa população” – Fábio Hernandes.

A autorização para a contratação do projeto foi assinada também pelo secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), Aldo Bona, que afirma que a proposta está alinhada aos objetivos do Fundo de Ciência e Tecnologia, por promover avanços no entendimento de marcadores de saúde e doenças. 

O secretário enfatiza, ainda, que o laboratório será um espaço multiusuário, integrado ao Sistema Estadual de Ciência e Tecnologia, com foco em atender demandas de pesquisa de todo o Paraná. “O desafio maior é fazer com que a ciência produzida no estado impacte diretamente a vida da população, e neste caso específico, isso acontecerá na medida em que os resultados desta pesquisa comecem a se tornar evidentes. Este é um projeto cujos resultados são de médio e longo prazo”.

Por Caroline Albertini

Confira as fotos do evento no Banco de Imagens da Unicentro.

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