Aplicação de políticas linguísticas em sala de aula é tema de pesquisa na Unicentro

Aplicação de políticas linguísticas em sala de aula é tema de pesquisa na Unicentro

Um estudo proposto por uma pesquisadora da Unicentro vai investigar como as políticas linguísticas são implementadas nas escolas da Região Sul do Brasil e de países fronteiriços. Coordenada pela professora Cibele Krause Lemke, a pesquisa “Políticas linguísticas e translinguagem: conceitos e práticas em contexto sulamericano” foi contemplada no Programa de Bolsas de Produtividade em Pesquisa e/ou Desenvolvimento Tecnológico da Fundação Araucária.

O projeto vem de uma sequência de estudos desenvolvidos pela docente desde o seu doutorado. Na fase atual, Cibele vai focar na translinguagem, conceito que remete ao uso que falantes bilíngues ou multilíngues fazem dos idiomas que dominam.

A pesquisa terá duas frentes: uma documental, com o levantamento de dados sobre as regras que orientam o ensino de línguas, e outra, etnográfica, com as práticas adotadas nas escolas durante aulas de português e de línguas estrangeiras. “Para isso a gente precisa fazer algumas entrevistas, gravar algumas aulas, observando como acontece esse momento real de interação dentro da sala de aula, entre professor e alunos”, descreve a docente do Departamento de Letras do Câmpus de Irati.

O estudo busca incluir as vivências de estrangeiros matriculados em escolas no Brasil. “O estudante estrangeiro vem com a sua língua e tem que aprender uma nova língua. Existem muitos conflitos que perpassam o entendimento da escola, a prática do professor, porque não se sabe muito bem como trabalhar diante da perspectiva de um falante estrangeiro dentro da sua sala de aula”, detalha Cibele.

No recorte sobre a implementação das diretrizes para o ensino de línguas, a professora usa como exemplo o Paraná que, em 2022, aprovou uma política linguística estadual para a inserção obrigatória do espanhol na matriz curricular, mas que, até o momento, ainda não tem sua oferta ampliada nas escolas. “Podemos dizer que há um descompasso entre as políticas linguísticas estabelecidas e a oferta de línguas no currículo escolar”, avalia.

O tema estudado pela professora Cibele será ramificado em pesquisas de iniciação científica no curso de Letras e também em teses e dissertações nos programas de pós-graduação em Letras e Educação da Unicentro. Para a docente, quanto mais pessoas estudarem o assunto, mais o ensino multilíngue inclusivo será valorizado. “Trabalhar com pesquisas nesta vertente nos ajuda a entender que as línguas são vivas, coexistem dentro de um determinado contexto e que saber mais de uma língua nos abre portas”.

Para a professora, a aprovação no edital da Fundação Araucária confirma a sua colaboração para a ciência. “A bolsa produtividade é um reconhecimento e um incentivo para que o pesquisador continue desenvolvendo suas pesquisas sabendo que elas vão contribuir para o desenvolvimento do estado, da sua área de conhecimento e também interligando outras áreas”, finaliza.

Além de Cibele, outros 15 professores da Unicentro foram contemplados com a bolsa produtividade em pesquisa nesta última chamada da Fundação Araucária. São eles: Aliandra Cristina Mesomo Lira (Deped), Bettina Heerdt (Debio), Carla Luciane Blum (Deped), Claudio Luiz Chiusoli (Deadm), Daiana Novello (Denut), Edson Santos Silva (Delet), Geyso Dongley Germinari (Dehis), Heloisa Godoi Bertagnon (Devet), Marcos Roberto Queiroga (Deduf), Maria Cleci Venturini (Delet), Níncia Cecília Ribas Borges Teixeira (Delet), Sérgio Luis Dias Doliveira (Deadm), Sueli Pércio Quináia (Deq), Valdirlei Fernandes Freitas (Defis) e Yohandra Reyes Torres (Deq).

Por Amanda Pieta


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