Cetras da Unicentro é modelo para expansão de centros de reabilitação de animais silvestres nas universidades estaduais
Na última terça-feira (7), o Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres (Cetras), localizado no Câmpus Cedeteg da Unicentro, foi palco de uma reunião estratégica entre representantes da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), do Instituto Água e Terra (IAT) e das universidades estaduais do Paraná. O objetivo do encontro foi apresentar a estrutura e o trabalho pioneiro desenvolvido pela universidade e discutir a expansão desse modelo para outras instituições estaduais de ensino superior.
O secretário da Seti, Aldo Nelson Bona, destacou a importância de associar o resgate e a reabilitação da fauna silvestre ao papel formador das universidades. “A reunião teve como propósito mostrar que é possível ter dentro das nossas universidades estaduais os centros de recuperação e reabilitação de animais silvestres, com o objetivo de aliar o trabalho de salvar esses animais e reinseri-los na natureza com a formação dos nossos estudantes. Este papel formador dessa atividade é, sem dúvida nenhuma, importante”, afirmou.
Bona explicou que a capilaridade das universidades estaduais é um diferencial estratégico para ampliar o atendimento às demandas dos órgãos ambientais do Paraná. “As nossas universidades estão nas diversas regiões do Estado, atendendo melhor a demanda dos órgãos ambientais e fazendo com que o recurso público possa ser investido nas instituições públicas, ajudando a formar pessoas que tenham essa habilidade profissional do trabalho com os animais silvestres”.
A escolha do Câmpus Cedeteg da Unicentro como sede do encontro reflete a sua trajetória de inovação na área, a experiência de mais de duas décadas na reabilitação e tratamento de animais silvestres, além de ser a primeira Área de Soltura de Animais Silvestres do Paraná. “A experiência acumulada, que começou com o idealismo do professor Marcos Tranquilim, que infelizmente já nos deixou, esse idealismo e voluntarismo dele iniciou esse trabalho aqui em 2003. Então essa vivência, essa experiência, fez com que a Unicentro fosse escolhida como sede dessa reunião para que todos pudessem conhecer a trajetória e como é possível fazer, em estruturas muito simples, um trabalho extremamente relevante”, complementou o secretário.
O vice-reitor da Unicentro, Ademir Fanfa Ribas, reforçou o orgulho da instituição por ser pioneira no Estado. “O Cetras é uma organização de muito orgulho para nossa universidade. A Unicentro é referência e hoje as nossas co-irmãs vieram aqui conhecer o nosso modelo, o trabalho do professor Rodrigo e da professora Giuliana, e para tentar levar esse projeto para as outras universidades. Isso mostra o nosso empreendedorismo e a nossa capacidade de desenvolvimento”, afirmou o reitor em exercício.
Ademir também destacou o papel dos professores e alunos envolvidos no projeto e o impacto da parceria para ampliar o alcance do trabalho. “Nós pudemos visitar toda a estrutura, ver todo o carinho dos estagiários, dos bolsistas e dos professores do curso de Medicina Veterinária. É um orgulho para nossa universidade estar à frente dessa inovação e desse grande trabalho, ajudando toda a comunidade”, disse.
O diretor administrativo financeiro do Instituto Água e Terra, Eder Stela, já conhecia o trabalho realizado pelo Cetras devido a parceria de longa data com o projeto e ontem teve a oportunidade de visitá-lo pela primeira vez. Para ele, a estrutura do Cetras é um modelo a ser replicado em todo o Estado. “É sensacional, é um exemplo para o Paraná. A ideia é usar as universidades, que estão espalhadas no Paraná inteiro, como polos de atendimento especializado para esse tipo de fauna. A questão dos animais silvestres é algo muito sério no estado e a necessidade de atendimento é muito grande”, pontuou.
Como resultado da reunião, a Unicentro, em parceria com o IAT, será responsável por desenvolver um projeto arquitetônico padrão para a implementação de novos centros de triagem e reabilitação em outras universidades estaduais. “Agora a Unicentro irá montar um projeto padrão das edificações necessárias. Nós iremos buscar os recursos para os investimentos necessários para que possamos construir essas unidades e colocá-las em operação. O projeto é que toda a questão operacional conclua este ano e, no próximo ano, possa ter todos os atendimentos já iniciados com as nossas universidades estaduais”, concluiu o secretário Aldo Bona.
Por Giovani Ciquelero