Exibição dos documentários da Residência Artística da Unicentro reúne participantes das três edições do programa
Na última sexta-feira (06) foi realizada a exibição dos documentários “Em processo” e “Fluxos e Lacunas: Movimentos da Criação” do programa de Residência Artística da Universidade Estadual do Centro Oeste (Unicentro).
“A estreia foi um momento de grande realização e conexão. Reunir os artistas das três edições, junto a amigos, familiares e todos que acompanharam o processo. Foi um reflexo do que o documentário procurou mostrar: o desejo, o confronto, o acolhimento e a integração. A noite foi uma celebração, mas também uma oportunidade de ver as criações se encontrando, se cruzando, e de perceber como o caminho de cada um ainda se alimenta das lacunas e dos fluxos compartilhados”, compartilha a artista e professora do departamento de Arte (Deart), Desiree Melo.
“Em processo” foi dirigido por Alysson Mazzochin, Desirée Melo, Luan Rodrigues e Micheli Lima, e produzido com o apoio da Lei Paulo Gustavo. Nessa obra a jornada de um grupo de artistas é exibida, com foco em como a coletividade intensifica a criação artística. A obra já havia sido exibida anteriormente.
Já “Fluxos e Lacunas: Movimentos da Criação”, dirigido por Desirée Melo e Alysson Mazzochin, foi a grande estreia da noite. A obra explora o pensamento do filósofo Charles Peirce e retrata a criação como um fluxo contínuo de tentativas e erros, por meio de relatos de artistas e entrevistas com pesquisadores de Pierce.
Um dos desafios da produção foi traduzir os pensamentos do filósofo para a linguagem visual, além de trabalhar teorias acadêmicas e a realidade do processo criativo. ”Durante o processo de pesquisa em arte realizado nos pós-doutorado, entrevistei pesquisadores de diferentes universidades. A dificuldade estava em traduzir essas reflexões complexas para uma linguagem visual que fosse ao mesmo tempo acadêmica e emocional, sem perder a autenticidade do que os artistas estavam vivendo. Além disso, integrar as ideias do filósofo Charles Peirce de forma orgânica ao documentário, sem que isso se tornasse um obstáculo, foi um grande desafio”, comenta a professora Desiree Melo.
Foram, ao todo, 19 meses de produção e o maior desafio em realizar o documentário, como conta o artista visual e diretor da obra, Alysson Mazzochin, foi trabalhar sem um roteiro pré-definido. “O filme se desenhou à medida que explorávamos as histórias, as falhas e os êxitos dos artistas envolvidos, bem como as reflexões filosóficas que permeiam o conceito de criação. O trabalho começou com uma fase de imersão, onde aprofundamos o estudo sobre Peirce ao mesmo tempo que havia uma interação com os artistas participantes da residência, o que foi fundamental para capturar o que significa criar em um ambiente que constantemente questiona e ressignifica o processo criativo”.
A própria produção do filme é um processo criativo que mostra, no resultado final, cada etapa realizada ao longo da concepção, resultando no sentimento de realização e reflexão. “Há também um sentimento de gratidão. Gratidão pelos artistas e pesquisadores que compartilharam suas histórias e conhecimentos, pela equipe que trabalhou incansavelmente, e pela oportunidade de explorar um tema tão rico. Ao mesmo tempo, o documentário nos desafia a continuar pensando e criando, pois ele não oferece respostas definitivas, ele nos convida a abraçar as incertezas e a reconhecer que o ato de criar é sempre um processo em aberto, marcado por lacunas que nos impulsionam a continuar”, finaliza.
Por Ana Flávia Godoy
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