Palestra busca promover integração entre graduandos e pós-graduandos em História no Câmpus de Irati

O Departamento de História (Dehis/I) e o Programa de Pós-Graduação em História (PPGH) da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) realizaram, na última quinta-feira (06), uma aula de integração entre os alunos dos cursos no Câmpus de Irati. O evento aconteceu no Auditório do PDE e foi marcado pela homenagem ao professor José Adilçon Campigoto. Palestrante da noite, o docente vai se aposentar depois de quase 20 anos dedicados à Unicentro.

“As homenagens foram um estímulo fundamental e que se faz cada vez mais importante numa situação de tanta precarização do ensino e da desvalorização do profissional da educação. Imensa gratidão a essa gente companheira e amável com quem convivi nestes quase vinte anos de pesquisa, ensino e extensão”, agradece Campigoto.

A aula de integração discutiu o conceito de região para o estudo dos povos tradicionais. (Foto: Coorc)

Como tema da aula de integração, o professor, que é um dos fundadores do Laboratório de Povos Eslavos e Faxinais (Lapef/I), escolheu falar sobre o conceito de região para o estudo dos povos tradicionais. “O conceito ou noção de região tem se mostrado como uma ferramenta de pesquisa fundamental para o estudo das populações do campo e da cidade, para a história dos povos tradicionais, ou seja, daqueles agrupamentos humanos que se reconhecem a partir dos saberes e conhecimentos produzidos por eles mesmos e transmitidos e compartilhados de geração para geração”, explica.

Como relata o docente, a história dos homens e das mulheres do campo, especificamente dos faxinalenses, é há muitos anos o seu foco de pesquisa. Segundo ele, a ênfase do seu trabalho envolve os chamados criadouros comuns cercados, que seriam uma experiência específica relacionada à antiga Comarca de Paranaguá e Curitiba. “Os criadouros comunitários são uma experiência de uso compartilhado dos recursos naturais, assim como uma região da luta destas pessoas para ter acesso ao direito de criar animais em terras nas quais tal atividade é cerceada. A experiência de luta deste povo, a sua coragem, a sua determinação comprova historicamente que outras formas de organização social, mais solidárias são possíveis e reais”, enfatiza o professor.

Como explica a chefe do Departamento de História do Câmpus de Irati, professora Alexandra Lourenço, o objetivo da aula de integração é promover um momento de convivência entre os acadêmicos da graduação e da pós e incentivar a troca de experiências. Ela lembra que iniciativa semelhante já vem sendo adotada na Semana de História, que também é realizada em conjunto com o PPGH. “É importante, principalmente, para que eles percebam que o curso de História na Unicentro oferece possibilidades amplas. [O evento] é uma forma de estimular os nossos alunos da graduação a perceber que a pós-graduação não é algo tão longínquo e inatingível, mas que é uma continuação do próprio processo de formação. E também é uma maneira dos mestrandos contribuírem com a graduação ao discutir seus temas, ao contar suas experiências”, comenta a docente.

Essa perspectiva é reforçada pelo professor Danilo Ferreira da Fonseca, coordenador do Programa de Pós-Graduação em História. Para ele, a homenagem ao professor Campigoto também reforça essa conexão entre a graduação e a pós, por meio da carreira e dos trabalhos do docente dentro da universidade, que também foi o primeiro coordenador do PPGH.

“A ideia da temática, escolhida pelo próprio professor, é também refletir sobre toda essa trajetória dele de colaboração com a pesquisa no campo da História, na qual ele tem bastante impacto. Ele trabalhou por muito tempo com orientações de dissertação, orientações de TCC e com muitos artigos sobre o que envolve o cotidiano, a vida e a cultura dos povos faxinalenses aqui da região. Ele deu bastante visibilidade e amplificou as vozes desses povos tradicionais que muitas vezes são emudecidas”, pontua Danilo.

Por Wyllian Correa

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