Unicentro recebe Exposição Itinerante do Museu do Holocausto de Curitiba “Nossa luta – a perseguição aos negros durante o Holocausto”

Unicentro recebe Exposição Itinerante do Museu do Holocausto de Curitiba “Nossa luta – a perseguição aos negros durante o Holocausto”

A Exposição Itinerante do Museu do Holocausto de Curitiba “Nossa luta – a perseguição aos negros durante o Holocausto”, teve início na noite da última segunda-feira (13). A mostra integra o “VI Colóquio Internacional Museus, Arquivos: discursividades, história, memória em cena”, que tem como objetivo aprofundar questões relacionadas a museus, arquivos e memórias, além de promover trocas entre universidades, estudantes e pesquisadores que trabalham com a temática.  “É um tema que muitas pessoas geralmente não se lembram. Quando a gente fala do Holocausto, geralmente, lembra-se dos judeus e tudo que eles passaram. Porém, os outros grupos que também foram perseguidos pelos nazistas muitas vezes são esquecidos. É muito importante ver uma exposição que lembra essas outras vítimas que o Holocausto teve, justamente para expandir a memória dessas vítimas”, destaca a aluna de História, Alice Weber.

A responsável pela coordenação do evento, professora Maria Cleci Venturini, destaca a importância da exposição, no sentido de abordar a conscientização das pessoas que a visitam. “Possibilita às escolas, aos professores, aos alunos da graduação, da pós-graduação e à comunidade em geral a ter um contato com essa temática. Mostra, ainda, que o Holocausto não é um acontecimento que ficou no passado, isolado, durante a Segunda Guerra Mundial. É uma exposição que possibilita que os sujeitos possam pensar, estar conscientes da sua importância no mundo e de suas práticas também”, reflete.

Na abertura da exposição, os alunos e professores ainda puderam participar da palestra intitulada “Do 13 de Maio ao 20 de Novembro: sentidos de liberdade”, proferida pela professora da Universidade Federal do Paraná, Gesualda dos Santos. A conferência, realizada de forma online, abordou assuntos como escravidão, pertencimento, Lei Áurea e abolição da escravatura. “A Lei Áurea se reveste, hoje, muito mais dos sentidos de reparação do que de celebração. Por conta disso, inclusive, a data significação mais marcada para a população preta e parda é o 20 de Novembro, na qual se celebra, no nome de Zumbi dos Palmares, a luta dos sujeitos mais implicados na luta pela libertação, e que até então tiveram suas narrativas silenciadas. Junto a isso, celebra-se também o reconhecimento de que a questão negra e do racismo é um continuum a ser trabalhado. Esta questão alinha-se, assim, a um dos pressupostos do Museu do Holocausto: lembrar para nunca mais se repetir”, compartilha a palestrante.

“A Unicentro, sendo uma universidade pública, gratuita e de qualidade, tem de oferecer vários caminhos, várias oportunidades para a sua comunidade. Sendo elas o ensino, pesquisa, extensão, mas também a parte da cultura e da arte, onde os estudantes, professores e agentes universitários têm a oportunidade de conhecer algo diferente”, lembra o vice-reitor da Unicentro, Ademir Fanfa Ribas. “Nós estamos tendo aqui na Unicentro uma apresentação do Museu do Holocausto, que é uma exposição muito bonita, muito rica culturalmente. Isso faz com que a universidade seja sempre viva, seja sempre atuante e possa estar preenchendo as lacunas da nossa vida estudantil, da nossa vida profissional”, acrescenta.

Na mesma linha, o professor de História, Felipe Bastos, também ressalta a relevância da exposição no contexto pedagógico em que a universidade está inserida. “Por tratar de assuntos que são normalmente negligenciados pela historiografia do Brasil, como o Holocausto, a presença de africanos na Alemanha, e como a ascensão do regime nazista culminou na perseguição a esses sujeitos, é possível observamos na exposição a história por outro ângulo que nem sempre é tão retratado”, avalia.

A exposição é gratuita e aberta para toda a comunidade de Guarapuava e região. As escolas públicas e privadas que tiverem interesse em visitar a mostra podem realizar o agendamento da visita pelo e-mail museuscoloquio@gmail.com.

 

 

Por Emely Cardoso, com supervisão de Maíra Machado


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