Unicentro oferece tratamentos gratuitos de saúde para a população em Guarapuava e Irati
Ser referência em qualidade e contribuir para o desenvolvimento regional, a partir de ações integradas com a sociedade. Esse é um dos ideais da Unicentro e é na área da saúde que ele fica mais evidente. São dezenas de projetos e serviços, centenas de docentes e acadêmicos envolvidos em ações que, ao longo dos anos, já beneficiaram milhares de pessoas. Atuando nas mais diversas áreas, a Unicentro oferta atendimentos através das clínicas e unidades escola em Guarapuava e Irati. No campus Cedeteg, em Guarapuava, estão localizadas as Clínicas Escola de Fisioterapia, Nutrição, Enfermagem e Farmácia. No Campus de Irati, a comunidade conta com atendimento das clínicas de Psicologia e Fonoaudiologia.
Só na Clínica Escola de Fisioterapia (Cefisio) foram mais de 36 mil atendimentos, entre 2017 e 2020, nas áreas de ortopedia e traumatologia, neurologia, respiratória, geriatria e gerontologia à pacientes encaminhados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e à comunidade de docentes, agentes universitários e alunos.
Aos 66 anos, Jurandina José da Silva sofre com um enfisema pulmonar crônico há nove anos e, desde o início, trata a doença respiratória na Cefisio. “Eu sinto que se eu não estivesse aqui, acho que não aguentava, porque me ajuda bastante. Para mim tem muito valor essa clínica. Não tem para bater. Tudo excelente, tratam a gente bem, fazem bem direitinho, eu não tenho o que falar, só tenho que agradecer a Deus”.
Há 20 anos, a clínica é um espaço de integração entre professores e alunos do curso de Fisioterapia, onde são desenvolvidos projetos de pesquisa, aulas práticas e projetos de extensão, que envolvem atendimentos realizados por professores plantonistas e acadêmicos do 4º e 5º anos. Prestes a se formar, Jhéssica Karolayne Volochen Xistiuk já participou de projetos de extensão e agora faz estágio na Cefisio. Para ela, a relevância do trabalho realizado na clínica é evidente na área acadêmica e social. “A gente pode atuar já atendendo à comunidade e também esse serviço chegar à comunidade de forma qualificada, tanto pelos equipamentos como pelos profissionais, que são extremamente qualificados. Ajuda muito ter todas essas áreas que a gente acaba vivenciando, atendendo e aprendendo de forma prática, já dá uma bagagem enorme para quando a gente for atuar na área”, avalia.
Outro destaque entre os serviços de saúde ofertados pela Unicentro é o projeto Órtese e Prótese, que fornece assistência interdisciplinar para portadores de deficiência física há 18 anos. A integralidade de assistência é realizada por meio de acompanhamento médico, de enfermeiros, assistentes sociais, fisioterapeutas, psicólogos, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais, além da avaliação, treinamento e dispensação de próteses, órteses e meios auxiliares de locomoção a fim de reinserir os pacientes na sociedade e no mercado de trabalho. Atualmente, o projeto proposto pelo Departamento de Enfermagem recebe pacientes da 5ª e da 6ª Regionais de Saúde do Paraná e, ao todo, já chegou a atuar em 80 municípios do estado, em uma área que abrange uma população de mais de 2,5 milhões de pessoas. São mais de 136 mil atendimentos multiprofissionais a quase 9 mil pacientes cadastrados.
Também na área de Enfermagem, nos últimos 12 anos, o projeto Assistência Básica e Avançada de Feridas Crônicas vem atendendo pessoas com ferimentos que não cicatrizam após três meses. Considerado um problema complexo de saúde pública, o tratamento de feridas crônicas demanda muito estudo e pesquisa, visto que o ferimento geralmente é reflexo ou sintoma de algo mais complicado que não foi bem manejado. Mais de 800 pessoas já foram atendidas pelo projeto, totalizando mais de 22 mil atendimentos, com feridas que variam de três meses a 57 anos sem fechar. O percentual de alta por cura dos pacientes é de 80%, o restante segue o tratamento e são motivo de estudos dos integrantes do ambulatório.
Cura que Ladislau de Oliveira Cordeiro está próximo de conseguir. Aos 76 anos, ele sofre com uma úlcera varicosa há mais de três. Nos últimos seis meses, o paciente percorre 100 quilômetros – do interior do município de Boa Ventura do São Roque até o campus Cedeteg da Unicentro, em Guarapuava – sempre que necessário trocar os curativos da ferida que não cicatrizava.
“Um amigo meu me avisou que aqui em Guarapuava tinha o Cedeteg, que aqui eles tratavam muito bem. Aqui tem muito mais medicamento. Então eu pedi transferência aqui para Guarapuava. Estou sendo bem atendido agora. Ela não fechava, hoje ela já está da metade para menos. Estou me sentindo muito bem. Deu uma diferença grande”, celebra Ladislau, ressaltando a excelência do serviço prestado e a diferença que o tratamento fez na sua vida. “Muito grande a importância. Depois que eu passei a me tratar aqui, eu como melhor, durmo melhor e me sinto outra pessoa. Fico muito feliz, contente e onde eu for vou falar só coisa boa daqui”.
Além dessas ações, o Departamento de Enfermagem também conta com projetos de acompanhamento de crianças com paralisia cerebral, cuidados à população idosa, orientação para gestantes para promoção do aleitamento materno e uma sala de vacinas para atendimento da população.
Cuidar da alimentação também reflete na boa saúde e na qualidade de vida. Por isso, docentes e acadêmicos da Clínica Escola de Nutrição (Cenut) atendem a população de Guarapuava e região por meio de consultas, orientações e acompanhamentos nutricionais. Oferecendo atendimentos à comunidade desde 2001, o Departamento de Nutrição passou a contar com a clínica em 2014. De lá para cá, são mais mil atendimentos por ano, em média, e mais de 500 pacientes.
Quando o tratamento é medicamentoso, a sociedade encontra assistência na Farmácia Escola (Farmesc) que disponibiliza atenção farmacêutica e acompanhamento farmacoterapêutico para várias doenças, além da dispensação de medicamentos à população, em parceria com a Prefeitura Municipal de Guarapuava. No espaço também é feita a análise de todo leite materno do Banco de Leite Humano de Guarapuava, através do Laboratório de Análises Clínicas. Foram mais de 15 mil exames realizados desde 2013. Em 2020, mesmo em ano de pandemia, a Farmácia Escola atingiu quase mil atendimentos e serviços farmacêuticos ao público. De lá para cá, a Farmesc também aplicou mais de 1.200 testes rápidos para detecção da Covid-19 na comunidade interna da Unicentro.
Além de cuidar da saúde do corpo, cada vez mais se nota a importância de cuidar da saúde mental. Neste sentido, desde 2010, a Clínica Escola de Psicologia da Unicentro (Cepsico) oferece atendimentos gratuitos ao público, desde a primeira infância até a terceira idade. Os atendimentos psicológicos são realizados de maneira individual ou em grupo, podendo ser presenciais, no Campus de Irati, ou remotos. Os acadêmicos são preparados desde o primeiro ano do curso para a atuação clínica e as práticas são conduzidas pelos próprios estudantes de Psicologia da Unicentro, com supervisão de docentes da universidade. Além de atendimentos individuais, a Cepsico também oferece oficinas, plantões psicológicos e atendimentos em grupos terapêuticos, que são direcionados a públicos específicos.
Em Irati, a população de toda a região também pode contar com a única Clínica de Fonoaudiologia de uma universidade pública no Paraná. Fundada em 2005, a Cefono oferece avaliações, terapias e atendimentos nas áreas da voz, linguagem, motricidade e funções auditivas para a população dos nove municípios da 4ª Regional de Saúde do Paraná. Ao todo, foram mais de 7.600 atendimentos e procedimentos em quase 4 mil pacientes entre 2019 e 2020.
O maior número de acolhimentos, nos últimos anos, tem sido para a detecção precoce da deficiência auditiva, o suporte no diagnóstico e acompanhamento terapêutico para crianças com transtorno do espectro do autismo ou com dificuldades escolares (distúrbios de aprendizagem, de leitura e escrita), suporte à amamentação e cuidados do bebê, além do Centro de Atendimento à Afásicos (pacientes com alterações na fala e escrita após lesão cerebral). Desde 2007, a Clínica Escola de Fonoaudiologia também realiza o imprescindível “teste da orelhinha”, para detectar possíveis problemas na audição em recém-nascidos, assim como seu sequente acompanhamento. Por meio do projeto de extensão “Cuida Bem”, famílias de lactentes são acolhidas e orientadas, em uma parceria entre os monitores e acadêmicos dos cursos de Psicologia e Fonoaudiologia.
“A Clínica Escola já é bem solidificada na formação do curso de Fonoaudiologia, os alunos saem vivenciando uma prática em todas as áreas. Ela é um polo de extensão e pesquisa para os docentes e tem um grande impacto social, pelo número de atendimentos”, afirma a coordenadora administrativa da Cefono, professora Juliana Ferreira Marcolino Galli.
Além das clínicas e projetos de extensão, a Unicentro também oferta três residências para profissionais da saúde. O Programa de Residência Médica em Clínica Médica, que disponibiliza cinco vagas para médicos, contribui para a manutenção de especialistas em nossa região e com a maior qualificação no atendimento integral dos pacientes. Com oito vagas por turma, o Programa de Residência Multiprofissional em Atenção Primária com Ênfase em Saúde da Família tem por objetivo formar profissionais da saúde – enfermeiros, nutricionistas, educadores físicos e fisioterapeutas – na atenção primária, para atender com qualidade e evidência científica na atenção primária, nas unidades básicas de saúde que tenham como modelo de atendimento a estratégia de saúde da família. O Programa de Residência em Urgência e Emergência é direcionado exclusivamente para enfermeiros e segue as diretrizes do SUS para atendimento de urgência e emergência. Ofertando três vagas, a residência conta com o desenvolvimento de atividades nos âmbitos pré-hospitalar, com foco no atendimento em UPAs e Samu, e também no âmbito hospitalar.
Estes são só alguns exemplos que aproximam a Unicentro da comunidade e de como a universidade deve atuar na sociedade. Aliando a teoria com a prática, nos pilares de ensino, pesquisa e extensão, a Unicentro contribui para a saúde e qualidade de vida de milhares de paranaenses.