Programa Família Acolhedora é divulgado no campus de Irati
A comunidade universitária do campus Irati da Unicentro pôde conhecer um pouco mais sobre o Programa Família Acolhedora. O evento de divulgação do serviço, organizado pelo Grupo de Estágio Profissionalizante em Assistência Social do curso de Psicologia, teve como intuito demonstrar as alternativas existentes para o acolhimento temporário de crianças e adolescentes que foram afastados de sua família de origem, por decisão judicial, em razão da violação de seus direitos.
A supervisora da equipe de estagiários, professora Michele da Rocha Cervo, descreve as atividades desenvolvidas pelos alunos da Unicentro junto ao Serviço de Acolhimento Institucional e Familiar do município de Irati. “Eles trabalham com a temática do acolhimento institucional, dessa prática de quando crianças e adolescentes têm a necessidade de serem acolhidos por estarem em condições, muitas vezes, de vulnerabilidade, de negligência, violência, maus tratos, sendo acolhidos por um tempo determinado nesses serviços. Os estudantes do quinto ano de Psicologia acompanham esse Programa junto à equipe do acolhimento institucional da Prefeitura de Irati. Eles acompanham todas as atividades, atuando junto com a equipe nas diversas intervenções que são realizadas a partir desse lugar que é o acolhimento institucional – o acompanhamento das crianças, a orientação às famílias, a preparação para a adoção, o trabalho com as cuidadoras e de acompanhamento tanto com crianças quanto com adolescentes”, relata.
Segundo a estudante de Psicologia da Unicentro, Ana Beatriz Mello, com o desenvolvimento de atividades de estágio junto à Assistência Social do município, a equipe de universitários percebeu a necessidade de ampliar a divulgação do Família Acolhedora entre a comunidade iratiense. “A partir da nossa experiência de estágio no acolhimento, a gente vem percebendo uma demanda de mais pessoas conhecerem o programa, para entrarem em contato com o serviço e fazerem a capacitação para se tornar uma Família Acolhedora”, explica Ana Beatriz.
Realizado no Auditório Denise Stoklos, cumprindo todas as medidas de segurança contra o coronavírus, o evento de divulgação do Família Acolhedora contou com a presença da equipe do Serviço de Acolhimento Institucional e Familiar, da Secretaria de Assistência Social de Irati, que informou ao público sobre o programa. “A ideia do Família Acolhedora é ser um serviço de acolhimento familiar. Em vez de ficar na Casa Lar, a criança ou adolescente acolhidos ficam em residências de famílias. Essas famílias são selecionadas, capacitadas e acompanhadas pelos técnicos de referência, que são a assistente social e psicóloga, que prestam todo o suporte para a família receber essa criança ou adolescente prezando que ele mantenha os vínculos familiares e comunitários e não permaneça institucionalizado em Casa Lar”, explica a coordenadora do Serviço de Acolhimento, Maria Eduarda Hanrejszkow sobre o funcionamento do Família Acolhedora.
Os requisitos para fazer parte do programa são ter no mínimo 21 anos de idade; residir em Irati há, pelo menos, dois anos; não estar na fila para adoção de crianças; obter a concordância de todos os membros da família; não fazer uso de substâncias psicoativas; comprovar saúde física e mental; e ter disponibilidade para fornecer atenção e proteção à criança acolhida. É importante frisar que o serviço aceita qualquer tipo de composição familiar. “Quando as famílias expressam o desejo de ser família acolhedora, a equipe técnica vai até a casa e faz uma visita aos familiares. Essas famílias recebem um salário-mínimo do município para ajudar a manter as crianças acolhidas. Mas elas precisam ter uma renda própria fixa, pois esse salário não é para a família que está acolhendo, é para ajudar a manter o acolhido na casa”, complementa a psicóloga de referência do Serviço de Acolhimento para Crianças e Adolescentes, Elenice Aparecida Pedroso.
Esse acolhimento proporciona cuidados individualizados em um ambiente familiar e afetuoso para a criança ou adolescente que está afastado temporariamente do convívio com a família de origem, enquanto está impossibilitada de retornar ou até que haja a decisão de encaminhá-lo para adoção. A costureira Marta de Andrade Bamberg participa do Família Acolhedora há dois anos, tendo acolhido três adolescentes e dois bebês neste período. Ela tranquiliza as pessoas que possam ter algum receio para aderir ao programa, contando sobre sua experiência positiva. “Medo eu também tive no começo, porque você vai pôr uma pessoa estranha na sua casa. Mas tem a fase de aproximação – tem três visitas para conhecer a criança e ela conhecer a família também. Então, eu diria para não ter medo, porque é muito gratificante. Eu fico feliz em poder ajudar eles, pois você sabe que está fazendo um adulto responsável, você está ajudando eles a se organizarem para uma vida responsável depois. Então, eu fico feliz em poder ajudar eles sim, e eles retribuem isso com carinho. É gratificante você ver a reação deles com você”.
Nos bastidores técnicos do serviço, atuando como estagiária, a estudante de Psicologia da Unicentro Maria Clara Valente conta o quanto a experiência têm sido enriquecedora para uma formação completa na área de Psicologia Social. “Lá a gente aprendeu muito, tanto sobre o atendimento psicossocial das crianças, das famílias, quanto sobre visitas domiciliares, sobre fazer os relatórios, ter um diálogo com a rede, com as equipes de outros serviços”, avalia.
Quem tem interesse em se candidatar a ser uma família acolhedora pode entrar em contato com o Serviço de Acolhimento Institucional e Familiar no telefone de plantão (42) 99107-9780 ou, então, ir até o Centro Administrativo Municipal, onde funciona a sede do Serviço de Acolhimento.