Pesquisadores da Unicentro descobrem nova espécie vegetal

Pesquisadores da Unicentro descobrem nova espécie vegetal

Uma nova espécie de planta foi descoberta a partir de pesquisas desenvolvidas integralmente na Unicentro, em trabalhos de campo realizados no Jardim Botânico Faxinal do Céu, na cidade de Pinhão. O trabalho foi coordenado pelo professor Adriano Silvério, que integra o quadro de docentes do curso de Ciências Biológicas. A espécie descoberta, explica o docente, é uma variedade de maracujá, que ganhou o nome de Passiflora Coelestis, em homenagem ao local onde foi encontrada.

Trata-se de uma espécie selvagem, que está sendo descrita pelo gênero Passiflora, que é dos maracujás. Os maracujás apresentam mais de 500 espécies descritas atualmente e, o Brasil, é o segundo país no mundo com o maior número de espécies descritas até hoje, atrás somente da Colômbia. A espécie apresenta um hábito bem piloso, com bastante tricomas. Ela é bem delicada, ocorre em regiões de mais sombreados na borda da mata ou até em partes mais internas da mata”, detalha Adriano.

Além do professor Adriano, outras quatro autoras, entre alunas de graduação e pós-graduação, também assinam o artigo final – Letícia Maria Parteka; Letícia de Mattos; Jaiana Richardo; e Bruna Saviatto Fagundes. De acordo com o pesquisador, o trabalho de pesquisa começou há sete anos. Os primeiros registros da planta agora descrita, lembra ele, datam de 2015 e as etapas que se seguiram foram integralmente realizadas no campus Cedeteg. “Depois de alguns anos, nós percebemos que ela não tinha características descritas para outras espécies descritas até então. Isso motivou uma pesquisa mais refinada, utilizando vários métodos de investigação, e ela foi descrita, praticamente, nos últimos dois ou três anos, quando foi delineada a pesquisa para comprovar que se tratava de uma espécie ainda não descrita e nova para a ciência”, explica o pesquisador.

A nova espécie já foi oficialmente descrita em artigo que acaba de ser publicado pela revista internacional PhytoTaxa, que é especializada na área botânica. O periódico revisou e validou os resultados da pesquisa. A versão online do artigo já está disponível e pode ser conferida no link www.biotaxa.org/Phytotaxa/article/view/phytotaxa.516.2.2.

Esse fato é reforçado por ter sido encontrado em um ambiente de floresta ombrófila mista, que é a nossa floresta de araucárias. É um ambiente que sofre grande pressão de exploração, de extrativismo e está se extinguindo. Então, isso reforça muito as iniciativas de unidades de conservação,  preservação do patrimônio natural, da biodiversidade como um todo”, destaca ainda sobre a importância da descoberta de uma nova espécie de ser vivo no contexto da biodiversidade.

A descoberta traz também, acrescenta o professor, uma importante conquista em termos institucionais, principalmente por envolver o trabalho docente e discente. “Eu acredito que ela seja a primeira espécie de planta descrita por um professor da área botânica da universidade e também por alunos da nossa instituição. É a primeira oportunidade que eu tenho de propor, de publicar e apresentar para a comunidade científica uma nova espécie de maracujá, uma nova espécie Passiflora. Eu, pessoalmente, estou muito feliz com essa novidade e com essa publicação. Eu acredito que essa descoberta também ajuda a divulgar e mostrar o nome da nossa instituição e das atividades de pesquisa que estão sendo realizadas aqui na Unicentro, no campus Cedeteg, em Guarapuava, a nível internacional”, defende, finalizando.

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