Ipec quer transformar Guarapuava em referência nas pesquisas para o câncer
Tornar Guarapuava um polo de pesquisa para o câncer. Essa é a principal proposta do Ipec, que é o Instituto de Pesquisa para o Câncer de Guarapuava. “Os objetivos são formar um centro de referência em pesquisas para o câncer, saúde humana em geral, agrícola e pecuária com abordagem genética e genômica e, também, ser um centro de formação em recursos humanos para essas diferentes patologias”, detalha o diretor do Ipec, David Figueiredo, que é coordenador do curso de Medicina da Unicentro.
Fundado em novembro de 2019, a partir de uma parceria entre a Unicentro (Universidade Estadual do Centro-Oeste), a Acig (Associação Comercial e Empresarial de Guarapuava) e o Hospital do Câncer, o Instituto começou a desenvolver suas atividades na segunda quinzena de junho. Com sede na Cidade do Lagos, junto ao Cancer Center de Guarapuava, o Ipec conta com a participação de pesquisadores de várias áreas – sobretudo da saúde, como medicina e farmácia – e de instituições de ensino superior e de pesquisa de várias partes do Brasil e do exterior. São exemplos USP (Universidade de São Paulo); Unesp (Univesidade Estadual Paulista); Universidade de Illinois, nos Estados Unidos; e o Memorial Hospital, do Canadá. Sua base de atuação, porém, é o Paraná e, por isso, as instituições estaduais de ensino superior público estão envolvidas nos projetos de pesquisa.
“Ele procura e tem objetivo de integrar pesquisadores de todo o Paraná para que as pesquisas do Paraná sejam mais fortes, mais competitivas e mais resolutivas, aplicando muitas vezes essas pesquisas à população paranaense ou à problemas a serem resolvidos no Paraná. O Ipec tem na sua filosofia juntar diferentes expertises. Dessa forma, cada pesquisador ou instituição trabalhando na sua expertise, nós temos a possibilidade de desenvolver pesquisas com um nível de profundidade muito maior e temos a possibilidade de destacar ainda mais o Paraná como um estado a frente na ciência, na tecnologia e na inovação”, avalia a representantes da UEM (Universidade Estadual de Maringá) no Ipec, professora Marcia Consolaro.
Os pesquisadores que acreditam na proposta do Ipec e a ele se associaram defendem que o Instituto de Pesquisa para o Câncer vai proporcionar que a pesquisa científica paranaense dê um salto, tanto quanti quanto qualitativo. Para isso, fazem parte do projeto do Ipec investigações básicas e também aplicadas, buscando respostas rápidas e soluções práticas e aplicáveis. Para isso, o Instituto conta com equipamentos de alta performance e metodologias de última geração. Entre eles, um sequenciador genético que custou 7 milhões de reais e é um dos melhores equipamentos a disposição dos cientistas brasileiros da área. “Esse Instituto foi estruturado, dentre outros, com um aporte grande da Assembleia Legislativa do Paraná. Mas também alguns empresários da cidade se envolveram e ele é uma associação sem fins lucrativos, cuja gestão envolve um conselho formado por membros do Hospital do Câncer, membros da Unicentro e membros da Associação Comercial de Guarapuava”, explica David.
Embora o foco central as pesquisas que serão desenvolvidas no Ipec seja o câncer primário, os estudos genéticos englobarão outras doenças como o Alzheimer e as cardiomiopatias. Para isso, os pesquisadores também são de diferentes áreas e têm variadas expertises, como a oncogenética, a neurogenética e a cardiogenética.