Trabalho do projeto Florescer é destacado no aniversário de 14 anos da Lei Maria da Penha
A Lei Maria da Penha completa, nessa sexta-feira, dia sete de agosto, 14 anos. A política pública brasileira contempla o combate à violência contra a mulher, mas também a prevenção. Por isso, é considerada uma das legislações mais avançadas do mundo. Esse aspecto preventivo da lei, muitas vezes negligenciado, foi o centro de uma live realizada pela Secretaria Municipal de Políticas Públicas para Mulheres de Guarapuava, com a participação dos projetos Restaurar, da Faculdade Campo Real, e Florescer, da Unicentro.
“A live de hoje”, conta a secretária Priscila Schran de Lima, “foi para a gente focar num dos pontos que a Lei Maria da Penha traz, que é a promoção da prevenção à violência contra as mulheres na comunidade escolar, seja com as crianças, com os pais, as mães, professores e professoras. Então, hoje, nesse aniversário a gente quis focar exatamente nesse aspecto da prevenção”.
Em Guarapuava, a prevenção é tão importante que, há dois anos, é desenvolvido um projeto específico nos colégios municipais. O Maria da Penha das Escolas contempla os professores e funcionários, os pais das crianças e os próprios alunos. Suas atividades são desenvolvidas a partir de uma parceria entre a Secretaria Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres e as instituições de ensino superior. Pela Unicentro são dois os projetos de extensão envolvidos, o Numape (Núcleo Maria da Penha) que, junto com a equipe da Secretaria, é responsável pelo treinamento com os pais, e o Florescer, que realiza as oficinas com as crianças das turmas de terceiro ano do Ensino Fundamental.
“Nós fazemos cinco oficinas por turma de terceiro ano do Ensino Fundamental. Sempre de maneira lúdica e apropriada para a idade nós falamos com eles sobre como a violência faz parte do nosso dia a dia mas que, apesar disso, ela não é normal, que uma casa com violência é uma casa com sofrimento. Ao entender o que é a violência contra a mulher, essas crianças desnaturalizam esse aspecto da nossa cultura”, detalha a professora Ariane Pereira, coordenadora do projeto Florescer e participante da live.
O Florescer e o Maria da Penha nas Escolas, reforçaram Ariane e Priscila durante o evento on-line, são iniciativas que têm os olhos voltados para o futuro, com uma Guarapuava sem violência que é construída no presente. “É incrível ver como eles compreendem a violência, como eles querem fazer diferente e como eles transmitem isso nos audiovisuais que eles fazem. Então, é realmente incrível, é transformador, um protagonismo incrível”, afirma Priscila. “Nós promemos a equidade no presente porque acreditamos que essas crianças, quando adultas, não serão tolerante com a violência, nem com o violento. E, assim, conseguiremos transformar nossos modos e estar nesse mundo e fazer dele um lugar com oportunidades iguais para homens e mulheres”, finaliza Ariane.