Unicentro produz materiais acessíveis sobre covid-19 voltados ao público infanto-juvenil
Com a pandemia de covid-19, temos visto muitos materiais com conteúdo sobre atitudes que podemos tomar para prevenir contra o contágio da doença. A maioria dessas produções são feitas para o público em geral, mas poucas são pensadas para públicos que demandam estratégias específicas de comunicação, como as pessoas com deficiência, por exemplo. Percebida essa necessidade, a Divisão de Inclusão e Acessibilidade da Unicentro, em parceria com o Crefito 8, que é o Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 8ª Região do Paraná, produziu vídeos educativos sobre temas relacionados à pandemia voltados para esse tipo de público.
Conselheira do Crefito, a professora do Departamento de Fisioterapia da Unicentro, Sibele de Andrade Melo Knaut, foi quem levou a demanda para a universidade, solicitando auxílio na produção de um material que informasse sobre a covid-19 da melhor forma possível para as pessoas com algum tipo de deficiência. “Nós recebemos no Crefito uma solicitação das associações de deficientes do Estado e, por conta dessa solicitação, a gente se deu conta realmente do quanto a gente precisaria tornar muitos dos materiais que nós produzimos – a gente produz muito material tanto para os profissionais quanto para a população – para que esses materiais fossem realmente acessíveis a um grande público que nós atendemos”.
Todos os vídeos têm a interpretação simultânea de Libras, que é a Língua Brasileira de Sinais. Essa parte do processo ficou por conta da intérprete Gislaine Stopassoli, que acredita que a veiculação de um conteúdo direcionado é de grande valia para a comunidade surda. “Os jornais, as TVs não têm essa preocupação de colocar o intérprete de Libras ali do lado. Então, muitas vezes, as notícias ficam vagas. E assim, com vídeos como os do PIA, que foram feitos agora, são muito importantes para eles, porque eles vão ter essa informação de como estar agindo diante de toda essa situação.É muito importante os surdos terem essa acessibilidade em Libras, porque as vezes só o visual não é o suficiente para eles entenderem, porque a Libras é uma língua visual-espacial, então ela precisa desses dois complementos para eles ficarem bem, vamos dizer assim, nítido, claro para eles entenderem”.
As produções foram coordenadas pela professora Adriane Meyer Vassão, que é chefe da Divisão de Inclusão e Acessibilidade do Campus Irati da Unicentro. Segundo Adriane, os vídeos contém linguagem simples e as informações são conduzidas de forma lúdica, tornando o material interessante também aos olhos de crianças e adolescentes, por exemplo. “Justamente pela escassez de material acessível para pessoas com algum tipo de deficiência – seja sensorial, cognitiva ou física – é que produzimos esses vídeos. Nós não encontramos materiais com um propósito mais lúdico, de atrair a atenção do público juvenil. Então, por isso nós pensamos em trazer alguns elementos diferenciados que prendam a atenção do público infanto-juvenil, que a criança, o jovem se interesse em assistir e que, quando ele tiver contato com esse material, ele compreenda o momento em que estamos vivendo e o torne mais consciente, o leve a cuidar de si, do seu ambiente, dos seus materiais, das suas coisas e, consequentemente, vai estar cuidando das outras pessoas a sua volta”.
Os vídeos dão instruções de prevenção em meio a curtas histórias conduzidas pelos atores Caroline Stempinhak e Luciano Vassão Szkura, que interpretam, respectivamente, os personagens Emília e Pedrinho, do Sítio do Pica-pau Amarelo.Além de trazer informações gerais sobre a prevenção ao coronavírus, de acordo com a professora Adriane, os vídeos produzidos pela Unicentro abordam diversos cuidados específicos que as pessoas com deficiência precisam ter durante a pandemia. “Foram cinco vídeos gravados, com informações sobre higiene pessoal, higiene do ambiente doméstico, cuidados com próteses, com materiais especiais chamados de OPMs, como bengalas e cadeiras de rodas”, diz Adriane.
Em um dos vídeos, Emília e Pedrinho dão instruções sobre os cuidados com materiais escolares que deverão ser feitos quando as aulas presenciais retornarem. Em outro, os personagens falam sobre sentimentos que podem surgir durante esse momento atípico e como lidar com eles. “É um vídeo falando sobre como a gente pode conversar sobre isso, quem a gente pode procurar e de que forma, no nosso cotidiano, podemos fazer ações que melhorem o nosso estado de ânimo e que nos devolva um pouco da alegria e tranquilidade”.
Os vídeos estão sendo postados pouco a pouco no Instagram e no canal do YouTube da Crefito 8. Pela universidade, os vídeos podem ser acessados no canal do Núcleo de Educação a Distância da Unicentro.