Unatianas costuram máscaras para profissionais da saúde da Unicentro e da região
Nas casas de sete senhoras que frequentam a Universidade Aberta a Terceira Idade, a Unati, da Unicentro, os últimos dias de isolamento social têm sido muito produtivos. Isso porque elas atenderam a um convite da reitoria da Unicentro e estão usando suas habilidades e máquinas para costurar máscaras.
“As unatianas são sempre muito dispostas a colaborar naquilo que é possível, dentro das condições delas. Tendo em vista que muitas têm essas habilidades artesanais e algumas são costureiras, foi que surgiu a ideia de pedirmos a colaboração delas. De pronto, sete unatianas abraçaram a ideia”, conta a coordenadora da Unati/Unicentro, Maria Regina Vargas.
Uma das sete unatianas que estão costurando as máscaras é a Bernadete Mariani. Para ela, a oportunidade é uma via de mão dupla, na medida em que ela ajuda ao mesmo tempo em que preenche os dias livres. “A ideia de costurar as máscaras numa quarentena em que a gente está fechadinho foi muito interessante, porque eu sempre gostei de trabalho voluntário e, agora, poder fazer um trabalho desse pelas pessoas que precisam na área de saúde é compensador. E toma nosso tempinho em que ficamos isolados”, avalia.
A matéria-prima para as máscaras são campos cirúrgicos estéreis de TNT, que segundo estudos realizados pelo UEPG (Universidade Estadual de Ponta Grossa) possuem uma barreira microbiológica eficaz na proteção dos profissionais da saúde em atendimento. No total, a Clínica de Órtese e Prótese da Unicentro adquiriu 2.500 campos cirúrgicos que, depois de cortados e costurados pelas unatianas, serão transformados em 22.500 máscaras.
“A intenção”, explica a coordenadora da Clínica de Órtese e Prótese, professora Maria Regiane Trincaus, “é suprir a necessidade dentro da própria universidade, para que a gente mantenha o serviço do Laboratório de Feridas em funcionamento. Mas o que a gente vai produzir é muito além disso. Então, a gente deve estar fornecendo para os hospitais aqui da região, principalmente aqueles que estão na frente de batalha – então, clínica médica, UTI, pronto-socorro”.
Outra unatiana envolvida da confecção das máscaras é a Carmem Vigil. A sensação de estar contribuindo para o controle da pandemia e o que a motiva para o trabalho. “Estou grata por fazer parte de um grupo de apoio nessa pandemia. Que nossa participação possa, realmente, contribuir para amenizar tanta dor. Nessa situação, poder ser útil e ajudar, mesmo que modestamente, nos fazer sentir participantes da luta. Hoje, essa tarefa faz com que me sinta mais serena diante da situação”.
Se sentir parte do processo, para Maria Regina, é essencial para que essas mulheres, que estão na terceira idade e são grupo de risco, percebam que são importantes na estrutura social e que não estão sozinhas no enfrentamento do covid-19. “Nesse momento, é extremante importante que elas se sintam úteis, participativas, porque uma das nossas preocupações na Unati é esse isolamento social. Muitas pessoas que frequentam a Unati têm no projeto um importante vínculo social, e este isolamento nos preocupa física e e emocionalmente. Então, o projeto foi uma maneira de tirarmos, de certa forma, esse grupo de senhoras do isolamento e também se sentindo úteis e participativas num momento tão importante”.