“Memórias da África” é mostra em exposição na Unicentro
Valorizar o trabalho de artistas locais é uma forma de incentivar a cultura e a arte. E na Unicentro esse assunto é levado a sério. Prova disso é que a Instituição, através da Diretoria de Cultura, está promovendo a exposição “Memórias da África. A mostra reúne parte do acervo pessoal e peças produzidas pelo artesão e artista plástico Jozoel de Freitas, conhecido como Tuto. “É um orgulho muito grande estar recebendo a exposição de um artista que defende todas as raízes da raça negra de Guarapuava. O seo Tuto, ele acolhe na sua casa os nossos alunos, os professores, os nossos pesquisadores que se dedicam a buscar, a explorar esse conhecimento”, avalia o vice-reitor da Unicentro, professor Osmar Ambrósio de Souza.
Mais de dez peças estão expostas, a maioria esculturas em madeira. Uma pequena amostra das quase cem obras que Tuto preserva em seu museu particular. A agente universitária, Elizabete Ribas Lustoza, explica que o objetivo era trazer para dentro da Unicentro a história do próprio artista. “Ele é um artista, colecionador, é um artesão e tem toda uma história. E nós quisemos trazer um pouquinho da sua casa, do que tem lá no seu museu particular para dentro da Universidade e, para nós, é de suma importância essa homenagem prestada ao nosso Tuto”.
Durante a abertura da exposição, a Unicentro também prestou uma homenagem ao seo Tuto, como reconhecimento pelo trabalho realizado por ele na preservação da cultura local. “Ele sempre foi assim – um admirador da história, um guardião da história na verdade. E o que a gente mais tem para fazer é aproveitar enquanto a gente tem essa figura aí, para que a gente possa, na verdade, pegar esse conhecimento, tomar para a gente esse conhecimento, que muitas das coisas são simplesmente testemunhais. E essa história do intangível é a mais valorosa”, destaca o filho do artista, Carlos Eduardo Burkhard, sobre a paixão do pai pela história e pela arte.
O homenageado, Jozoel de Freitas, disse sentir-se agradecido e honrado pelo reconhecimento. “Eu fico muito orgulhoso. Só me resta é agradecer à Unicentro, as pessoas que para cá trouxeram as minhas peças para expor para o nosso povo de Guarapuava ver”. Quem passar pela exposição pode conferir peças, com ricos detalhes, que revelam a história da cultura afro em Guarapuava.
Pedro Henrique Prado de Novaes é acadêmico de História da Unicentro e participou da abertura da mostra. Para o estudante o momento foi ainda mais especial, já que ele acompanha desde as pesquisas da Iniciação Científica, a trajetória do seo Tuto. “Na IC, que foi quando começou mesmo, foi sobre a identidade, a relação da identidade negra em Guarapuava. Daí, meu TCC já foi mais para a figura do seo Tuto enquanto um homem público. Conhecer o seo Tuto, no caso, é conhecer uma parte da história de Guarapuava muito forte, muito presente e ainda viva.
Pesquisas que revelam um novo olhar sob o processo de ensino e aprendizagem. “Nós construímos um conhecimento, principalmente, a partir dos nossos modelos teóricos. Então, quando encontramos uma pessoa como o senhor Tuto, que foi capaz de catalogar e organizar um espaço de memória, história e arte, a partir de uma iniciativa totalmente popular, é um aprendizado incrível”, ressalta a professora do curso de História da Unicentro, Alexandra Lourenço.
Quem desejar ver de perto a exposição “Memórias da África”, tem até amanhã, sexta-feira (22), para conferir a mostra no Centro de Exposições da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da Unicentro, que fica no campus Santa Cruz.