Reitor da Unicentro é conferencista da Cres 2018
A Conferência Regional de Educação Superior para a América Latina e o Caribe, a Cres 2018, teve continuidade nessa terça-feira (12) com a realização de uma série de painéis temáticos. As mesas funcionam como uma espécie de preparação para os debates dos sete grupos temáticos do encontro, fornecendo argumentos e subsídios para essas discussões. Afinal, delas sairá o posicionamento das universidades latino-americanas e caribenhas, que será defendido durante a Conferência Mundial de Educação Superior, organizada pela ONU (Organização das Nações Unidas) e agendada para 2021.
Um desses painéis, intitulado “Políticas Públicas de Educação Superior para a América Latina e o Caribe”, teve como um de seus conferencistas o reitor da Unicentro (Universidade Estadual do Centro-Oeste) – que também é presidente da Abruem (Associação Brasileira dos Reitores das Universidades Estaduais e Municipais) e membro do Conselho de Administração do Iesalc, que é o Instituto Internacional para a Educação Superior na América Latina e no Caribe, braço da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).
Em sua explanação, Bona apresentou comparativos entre números referentes às instituições de ensino superior públicas e privadas no Brasil para demonstrar que, atualmente, as universidades federais, estaduais e municipais têm como maior desafio o financiamento, que tem sido questionado pelos governos. Também lembrou que esse discursou tem se disseminado entre setores da sociedade. O reitor da Unicentro ressaltou que, enquanto as instituições públicas têm os orçamentos reduzidos, 30% dos estudantes matriculados em universidades privadas brasileiras, segundo número de 2016, recebem financiamento do estado, via Prouni (Programa Universidade para Todos) ou Fies (Fundo de Financiamento Estudantil).
A argumentação do reitor brasileiro evidenciou que as universidade públicas reconhecem a necessidade de manter e mesmo ampliar a inclusão social, mas lembrou que, na atual conjuntura, não é possível. “Como incluir mais estudantes, com recursos cada vez mais escassos? Essa é uma conta que não fecha”. Ele concluiu retomando dizeres do organizador-geral da Cres 2018, professor Francisco Tamarit, na cerimônia de abertura da Conferência: “se as classes mais pobres não chegam as universidades, que se acabe com a pobreza”.
Além de Aldo Bona também participaram da mesa-redonda Roberto Markarian, reitor da Universidade da República, do Uruguai, e presidente da Associação de Universidade do Grupo de Montevidéu; Ivan Chávez, reitor da Universidade Ricardo Palma, no Peru, e presidente da Assembleia Nacional de Reitores; e Aldo Acevedo, reitor da Universidade de Valparaiso, no Chile, e vice-presidente da Associação de Reitores do Chile.
Ao final das explanações, os ouvintes da mesa, que lotaram um dos auditórios da Universidade Nacional de Córdoba, reforçaram as correlações entre governos de diversos países e a implantação de políticas públicas anti-universidades e propuseram a recriação das identidades das universidades latino-americanas, desmistificando a regulação da Educação Superior a partir dos modelos privados