Unicentro participa do Concurso de Queijos Artesanais do Paraná a convite da Emater
Uma tradição que, em muitas famílias, é passada de geração em geração e agrada ao paladar da maioria das pessoas. Estamos falando do queijo artesanal. Mas apesar desse alimento ter um lugarzinho especial nas mesas, ainda não existe um mapeamento da produção no Estado. É por isso que a Emater está promovendo o 1º Concurso de Queijos Artesanais do Paraná. Um evento que visa identificar e promover a produção da agricultura familiar paranaense. “Esse trabalho é importante para que a gente veja o que temos de bom”, conta o responsável regional da Emater, Carlos Eduardo dos Santos.
A etapa dos territórios Paraná-Centro e Vale do Ivaí foi realizada em Pitanga e teve a participação 15 queijos concorrentes. Para se inscrever, de acordo com Carlos Eduardo, os agricultores precisavam observar critérios como as boas práticas de ordenha e de processamento do produto. “Um queijo de leite exclusivamente a propriedade, que os animais tenham sanidade e para certificar isso a gente pega os atestados de vacina e da propriedade etem que ter 20 dias de cura pelo menos”.
Essa foi a penúltima etapa do concurso e selecionou os três melhores queijos produzidos nas duas regiões. A final será em Curitiba, no mês de julho, e dos dezoito finalistas das seis etapas regionais serão escolhidos os cinco melhores queijos paranaenses. Uma das participantes da etapa realizada em Pitanga foi Cláudia Grossi. Ela começou a produção de queijos há dois anos de uma maneira bem informal, apenas para a família e os amigos mais próximos. A procura pelo produto cresceu tanto que, hoje, a produção passou a ser semanal. Foi a vontade de ir ainda mais longe que fez com que Claudia se inscrevesse no concurso. “Desde quando comecei fazer os queijos eu já tinha na minha cabeça que eu poderia ir além do queijo tipo frescal e entregar na cidade todo final de semana. Então, para mim, isso já se tornou uma meta. É por isso que entrei no concurso”.
Outro produtor que participou do concurso foi o seo Osmar Vitório. Ele e a família já trabalhavam com a produção de leite e, para incrementar a renda mensal, decidiram apostar também na comercialização de queijos artesanais. “Começamos a fazer uns queijo para vender e daí o pessoal ia comprando e gostando, pedindo mais”.
Para se classificar entre um dos três melhores queijos nessa etapa regional, o produto precisava agradar ao paladar dos jurados. E cada peça foi avaliada quanto ao sabor, ao aroma, à consistência, textura, cor e apresentação, como explica o jurado Paulo Hiroki. “Esses padrões, essas avaliações são feitas para que a gente consiga descobrir, entre os queijos que foram inscritos, aqueles que têmas melhores características e que vão representar bem esse lugar.Aqui, nós encontramos queijos que parecem ter tradição, queijos que qualquer um de nós, ao achar no mercado, iria ficar muito satisfeito”.
O evento também abriu espaço para palestras e oficinas, buscando contribuir para melhorar a qualidade dos produtos artesanais e agroindustriais paranaenses. Por isso, a Unicentro foi convidada a participar das atividades. No total, 45 alunos dos cursos de Engenharia de Alimentos e Nutrição acompanharam as apresentações. Nayana Gaspareto, por exemplo, está no terceiro ano de Nutrição e conferiu a oficina sobre o uso do queijo artesanal na gastronomia. “A gente está aprendendo bastante coisas com o queijo artesanal, vamos fazer molhos e aprender uma sobremesa doce”.
Os alunos e professores também aproveitaram para tirar dúvidas sobre a legislação que regulamenta a produção de queijo, como destacou a estudante Amanda Moro, do curso de Engenharia de Alimentos. “Para mim, como acadêmica do curso de Engenharia de Alimentos, está sendo bastante interessante porque é uma área que eu ainda não conhecia, é uma realidade que eu ainda não conhecia da produção de queijos artesanais”, avalia.
A professora Angela Teixeira, que acompanhou o grupo de alunos, também ressaltou que o evento foi importante para discutir e incentivar a valorização cultural do queijo artesanal. “Aqui no Brasil, precisa muito dessa valorização, do resgate das famílias, até com relação à sua própria estima, porque cada queijo que é produzido, ele tem a característica daquele local, daquela região, daquele leite que é daquele local e que tem aquela qualidade com as características necessárias para se ter um queijo com qualidade sensorial, que só naquele local vai ter aquele produto”.
No final do dia, depois das degustações, foram conhecidos os três queijos classificados. Entre eles estava o da Leozélia Pedroso, produtora que representou Guarapuava no concurso. “Nunca pensei na minha vida em participar de um concurso, muito menos de ter o queijo selecionado. Então, foi uma surpresa! Foi muito bom e, daqui para frente, quero me especializar mais, quero aprender mais porque eu tenho certeza que ainda tem como melhorar”.