Alunos de Jornalismo exibem trabalhos fotográficos em exposição na Unicentro
Curiosidade.
Movida pelo sentimento, a menina kaigang encosta em uma porta e olha fixamente para a câmera. Ato repetido por outro garoto.
Orgulho.
Sentimento presente tanto no vestir a camisa do time do coração, quanto na demonstração de manobras com o skate.
Esses são alguns dos sentimentos presentes nas cenas do nosso cotidiano capturadas pelas lentes dos alunos de Jornalismo da Unicentro. São corredores de fotos para se olhar, com os olhos e com a alma. Nos retratos estão pessoas, paisagens e prédios. E sempre levando em conta um ponto importante: a narrativa fotojornalística. “São matérias, são produtos jornalísticos, fotos documentais, imagens que buscam uma proposta mais estética”, explica o professor da disciplina de Fotojornalismo, Francismar Formentão.
As fotos foram produzidas durante o ano de 2017. Na época, os alunos estavam no primeiro ano do curso e alguns, como a Agata Neves, já mostravam inquietação pela falta de visibilidade de alguns grupos sociais. “Eu falo da participação dos negros na sociedade e do indígena. Então, eu busquei trazer as minorias para abordar essa questão dentro do fotojornalismo. São fotos que geram impacto, muitas das vezes. E eu tentei buscar isso como inspiração”, conta.
Ao produzir as fotos que fazem parte da exposição, os futuro jornalistas puderam sentir um pouco das dificuldades que da profissão. O Rafael Dias, por exemplo, enfrentou chuva e estrada de chão para que seu ensaio em uma reserva indígena fosse produzido. “Nós fomos duas vezes até lá. Na primeira, de carro, choveu e não deu para produzir as fotos, não deu nem para conversar. A chuva atrapalhou. Ai, no outro dia eu peguei a moto, a ‘bizinha’, e fui mais de 20 quilometros de estrada de chão”.
Já a Mayara Maier teve que driblar problemas burocráticos para conseguir acesso ao aterro sanitário. Local onde produziu um dos ensaios da exposição. “A primeira vez que eu fui lá, me barraram na portaria e não pude entrar, apesar de eu ter o Ofício aqui da Unicentro. Aí, eu tive que levar esse ofício até a Secretaria, conseguir alguém para me levar e, assim, poder entrar. Além do mais, tinha locais que eu não podia fotografar”.
Agora, o trabalho e as dificuldades se traduzem como satisfação e realização. “Quando a gente olha tudo que a gente fez é uma sensação muito boa. Dá vontade de fazer de novo”, avalia a estudante Jaqueline Oliveira, dando a deixa para a colega Camila Maciel completar: “todo o orgulho que estava em mim se transformou em gratidão por todo mundo que participou. Eu até me emociono, porque o trabalho é mais de quem me ajudou, de quem participou, do que meu. É lindo”.
Se você ficou curioso e quer conhecer o trabalho dessa turma, a exposição “Fotojornalismo: narração, documento, arte, cotidiano” pode ser visitada até o dia 18 de maio, no centro de exposições da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura, que fica no Campus Santa Cruz da Unicentro.