CNPq e Fundação Araucária assinam, na Unicentro, repasse de recursos para Programas de Excelência em Pesquisa
O incentivo e a busca por pesquisas de excelência guiam, diariamente, os esforços da Unicentro e das demais universidades públicas do Paraná. O sucesso observado no desenvolvimento e disseminação do conhecimento é resultado de políticas universitárias que valorizam a produção científica e, também, do apoio dos órgãos e agências de fomento. Essa união de forças tem possibilitado que todo o conteúdo produzido nas instituições de ensino superior contribua, de forma direta, para o crescimento socioeconômico do Estado.
Para reafirmar a integração existente entre as universidades paranaenses e as instituições de amparo à pesquisa, a Unicentro recebeu, ontem (26) e hoje (27), o presidente do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), Mario Neto Borges. Essa foi a primeira vez um presidente do Conselho visitou a Universidade, o que para o reitor da Unicentro, professor Aldo Nelson Bona, é uma demonstração de que a Instituição tem conquistado reconhecimento nos últimos anos. “Há um simbolismo forte em ter um presidente de uma agência tão importante quanto o CNPq, nacional e internacionalmente, prestigiando a nossa Universidade, uma Instituição jovem, que está ainda em fase inicial na sua trajetória de consolidação acadêmica, na pesquisa, na pós-graduação”, afirma.
Na Universidade, o presidente do CNPq, Mario Neto Borges, cumpriu uma séria de compromissos. O primeiro deles, uma reunião com os pró-reitores de pesquisa e pós-graduação de todas as universidades paranaenses. A atividade, segundo o pró-reitor da Unicentro, que também é presidente do Conselho Paranaense de Pró-Reitores de Pesquisa e Pós-Graduação, professor Marcos Ventura Faria, tratou das perspectivas para o sistema de ensino superior do Paraná. “Tratamos do andamento do que está sendo planejado para o financiamento pelas agências, como é que isso está sendo pensado”.
Na reunião com os pró-reitores, Mario Neto Borges destacou os resultados positivos obtidos em ciência e inovação pelas universidades do Estado. “O Paraná tem se destacando no cenário, não só da produção científica, mas também já traz um pouco desse olhar para tecnologia, pesquisa e inovação, que nós estamos querendo incentivar ainda mais. Iniciativas aqui do Estado têm mostrado muitos trabalhos também nessa direção da solução dos problemas brasileiros e da geração de riqueza”, garante.
Já no segundo dia, os presidentes do CNPq e da Fundação Araucária, respectivamente, Mario Neto Borges e Paulo Roberto Brofman, formalizaram o repasse de recursos do Programa de Apoio aos Núcleos de Excelência, o Pronex, para o desenvolvimento de projetos propostos por universidades paranaenses. “Esse projeto traz características muito particulares, porque são projetos realmente de ponta, com desenvolvimento tecnológico muito elevado, onde o coordenador desse tipo de projeto, ele tem que ter altíssima qualificação. Por isso, a gente espera que os resultados dessas pesquisas tão sofisticadas tragam repercussão para a sociedade, que é o objetivo final de toda a pesquisa científica”, defende Brofman.
Entre as seis pesquisas contempladas com recursos do Pronex está uma proposição da Unicentro – a primeira da universidade a contar com financiamento do Programa. Fato que, para o reitor Aldo Nelson Bona, é mais uma evidência do caminho em direção à excelência que tem sido percorrido pela Universidade e por seus pesquisadores. “O Pronex é um Programa voltado para núcleos de excelência em pesquisa. Só consegue aprovar projeto grupos consolidados, que têm pesquisas realmente consideradas de ponta em nível nacional. Então, não há dúvida nenhuma, que ao emplacar seu primeiro Pronex, a Unicentro ganha um simbolismo muito importante, que diz respeito ao seu estágio de maturidade acadêmica”.
Essa é a segunda etapa de liberação de recursos do Edital 2016 do Pronex. Na primeira, foram contemplados cinco projetos paranaenses. Agora, são mais seis. Nas duas fases, o CNPq investiu mais de 4 milhões reais. Desse montante, 326 mil serão destinados à execução do projeto “Desenvolvimento da cadeia produtiva de morango e tomate do Estado do Paraná: desenvolvimento de clones de morangueiro e incorporação de resistência a pragas em linhagens de elite de tomateiro”. A pesquisa é coordenada pelo professor Juliano Tadeu Vilela de Resende, vinculado ao Departamento e ao Programa de Pós-Graduação em Agronomia da Unicentro, e tem como objetivo, segundo o pesquisador, avançar em termos de tecnologias capazes de melhorar a cadeia produtiva do morango e do tomate.
“O projeto visa, primariamente, o desenvolvimento de cultivares, tanto de tomate quanto de morango. No caso das cultivares de tomate para resistência à praga e, consequentemente, para ver se minimiza um pouco a utilização de fitossanitários. No caso da cultura do morango, a gente visa obter cultivares totalmente nacionais, tendo em vista que, hoje, todo o material utilizado de morango, todos os cultivares, são importados”, explica Juliano.
Para o pesquisador, o aporte financeiro recebido via Pronex será de fundamental importância para a execução das atividades. “É o impulsionador, porque a gente tem as ideias, tem o material genético, mas, às vezes, falta recurso para seguir em frente. Então, esse dinheiro que é passado via CNPQ e Fundação Araucária, ele vem, de certa forma, alavancar esses projetos de pesquisa dentro da Instituição.
O reitor da Unicentro afirma que o financiamento de um primeiro projeto da Unicentro pelo Pronex, além de um motivo de alegria para a universidade, é um incentivo para os demais pesquisadores da Instituição. “Pode estimular outros grupos de pesquisa da Universidade também a candidatarem propostas e, quem sabe, obter a aprovação como grupos de excelência em pesquisa”.
O Programa de Apoio aos Núcleos de Excelência tem como objetivo dar apoio à execução de projetos de pesquisa científica, tecnológica e de inovação por meio de suporte financeiro aos trabalhos desenvolvidos por grupos de pesquisa com excelência comprovada, vinculados à instituições de ensino superior. No ano passado, um Projeto de Lei da Câmara, atualmente em trâmite no Senado, propôs uma complementação à lei que regulamenta o Pronex. A ementa trata da criação de fundos patrimoniais com fontes de recursos distintas. Se aprovada, as instituições de ensino superior públicas ou comunitárias – além das instituições científicas, tecnológicas e de inovação – passam a ter autorização para constituir Fundos Patrimoniais com recursos doados por pessoas físicas ou jurídicas.
Durante a visita a Unicentro, o presidente do CNPq, Mario Neto Borges, também aproveitou para comentar sobre a ementa. “É uma tentativa pioneira no Brasil de destinar parte dos recursos de impostos pagos por empresas à pesquisa e ao desenvolvimento em ciência, tecnologia e inovação”, salienta. De acordo com o presidente do CNPq, o Brasil aplica em torno de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) em Ciência, Tecnologia e Inovação – 0,6% advindos do setor público e os outros 0,6% oriundos da esfera privada. Percentual muito baixo e que, para crescer, precisa desse aporte de outras fontes, como as empresas.
“O que precisamos fazer é garantir que, pelo menos, do público nós tenhamos 1% e do privado que seja de 1% para mais. E as únicas formas de se fazer isso, exatamente como alternativa, é a criação do Fundo Privado. Portanto, é um trabalho que nós estamos investindo para trazer mais recursos para Ciência, Tecnologia e Inovação, que sejam originários do setor privado”, esclarece Mario Borges Neto
O encerramento das atividades foi com a conferência “O CNPq e a Ciência Brasileira”. A conferência, ministrada por Mario Borges Neto, tratou da nova visão do Conselho sobre o fomento à ciência. Para ele , o trabalho realizado, conjuntamente, pelo CNPq e pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), nos últimos 67 anos, desde que as agências foram criadas, colocou o Brasil, atualmente, na 13. posição no ranking de produção mundial de ciência. “Agora, chegou a hora de investirmos também em tecnologia e inovação para que nós possamos, então, gerar riqueza para sustentar o desenvolvimento do Brasil a longo prazo, mas também resolver os problemas nacionais que carecem de Ciência, Tecnologia e Inovação”.