Professora da Unicentro recebe diploma Mulher Cidadã em homenagem na Câmara de Vereadores

Professora da Unicentro recebe diploma Mulher Cidadã em homenagem na Câmara de Vereadores

O Plenário da Câmara de Vereadores ficou lotado. E não poderia ser diferente. A noite era delas, das mulheres que fizeram a diferença na e para a cidade de Guarapuava nos últimos meses. 15 mulheres foram homenageadas na edição 2018 da Cerimônia de Entrega do Diploma “Mulher Cidadã”. “Muitas entidades, antes de 2002, faziam homenagens e a nossa casa de leis, a casa do povo, não tinha nenhum projeto nesse sentido. Então, foi quando as então vereadoras Maria José e Maria MJagdalena pensaram numa resolução instituindo essa honraria”, contextualiza a vereadora Maria José Mandu Ribas, proponente da noite de homenagens.

Entre as homenageadas deste ano, representando a Unicentro (Universidade Estadual do Centro-Oeste), estava a professora do Departamento de Comunicação Social (Decs), Ariane Pereira. A indicação da docentes é consequência do trabalho que vem sendo desenvolvido, desde 2015, com o projeto Florescer. Atividade extensionista que trabalha no combate a violência contra a mulher, a partir da produção de materiais comunicacionais.

“Os nossos materiais mostram a história de vida de mulheres vítimas de violência, que conseguiram fazer a denúncia, que conseguiram se livrar do agressor. Enfim, mulheres que floresceram, que conquistaram uma vida nova sem violência, sem sofrimento, sem dor. Então, a indicação por parte da Unicentro e o reconhecimento pela Câmara, nessa noite, é por esse trabalho. Não podemos descansar enquanto uma mulher ainda for vítima de violência. E, hoje, ainda estamos muito longe de alcançarmos essa condição. Números do Ministério Público mostram que a cada 11 minutos uma mulher é vítima de violência sexual no Brasil. Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgados no último dia sete, apontam que ainda sofremos preconceito no trabalho. Mesmo tendo mais qualificação, as mulheres ganham, em média 30% a menos que os homens ”, explica a professora Ariane sobre o projeto e as motivações para desenvolvê-lo.

Câmara homenageou 15 mulheres (Foto: Acioli Caldas)

Além dela, também estavam entre as homenageadas a deputada estadual Cristina Silvestri, autora do Projeto de Lei do botão do pânico, e a ex-vice-prefeita Eva Scharan de Lima, criadora da Secretaria Municipal de Políticas Públicas para Mulheres de Guarapuava, também estavam entre as homenageadas da noite. “É um dia de reflexão. Um dia para pensarmos em todas as nossas lutas e, também, em todas as nossas conquistas”, afirma a deputada. Eva lembra que “hoje, a mulher está em todos os setores da sociedade. E, apesar de ela ter conseguido entrar em vários espaços, ainda há muitas conquistas a serem pleiteadas”.

Incentivar os debates e ações que levem a uma sociedade mais igualitária é fundamental. Por isso, segundo o prefeito Cesar Silvestri Filho, a luta pela promoção dos direitos da mulher deve ser lembrada todos os dias. “Abordar esses temas, enfrentar essas discussões, estimular o debate para que novos programas sejam desenvolvidos, para que novas políticas sejam implementadas. Eu acredito que é isso que se justifica todo o esforço de se criar um momento como esse”.

Ao discursar, a professora Ariane destacou as violências simbólicas e cotidianas a que as mulheres são submetidas (Foto: Acioli Caldas)

Para a secretária Municipal de Políticas Públicas para Mulheres, Priscila Schran de Lima, a iniciativa da Câmara de Vereadores em registrar a história das mulheres guarapuavanas faz com que elas ganhem visibilidade social. “Eu sempre brinco que ninguém mais segura as mulheres! Porque estamos, sim, conquistando a nossa independência, o nosso emponderamento, compreendendo a importância do nosso papel dentro da sociedade. Essa homenagem é um sinal de reconhecimento e respeito porque, por muito tempo, ficamos invisíveis na história da cidade”, alerta.

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