Protagonismo juvenil é tema de palestras promovidas pelo projeto Guarapuava Educadora

Protagonismo juvenil é tema de palestras promovidas pelo projeto Guarapuava Educadora

A troca de ideias e conhecimento como estratégia para que os jovens assumam o chamado protagonismo social. Esse é o objetivo do projeto de extensão Guarapuava Educadora, vinculado ao programa Universidade Sem Fronteiras, da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (Seti). E para concretizá-lo, foi dado início à primeira fase do projeto com a realização de uma palestra intitulada “Juventude e Protagonismo Juvenil”, ministrada pelo professor Nécio Turra Neto, da Universidade Estadual Paulista, a Unesp.

“Eu trouxe uma fala com o intuito de balançar um pouco, de provocar, de mostrar que são sujeitos políticos e que, por isso, precisam se posicionar. Esse protagonismo tem que ser dos próprios jovens. É o dialogo deles com eles mesmos, deles percebendo que as questões que lhes afligem, não são questões individuais, são questões da nossa sociedade e que eles tem que elaborar essa experiencia coletivamente”, explicou Turra Neto.

Mais de 180 jovens ouviram sobre o papel que podem assumir na comunidade. (Foto: Luiz Felipe Panozzo)

Participaram da conversa com o pesquisador paulista alunos do Ensino Médio de seis colégios da cidade, envolvidos pelo Guarapuava Educadora. Projeto que é coordenado pela professora Marquiana de Freitas Vilas Boas Gomes, do Departamento de Geografia, e tem a participação de outras seis pessoas – professores, recém-formados e estudantes de graduação.

A proposta do projeto, segundo a professora Marquiana, é realizar ações que habilitem o jovem a tomar o seu espaço na localidade onde vive. Chamar a juventude para um protagonismo, para eles entenderem a importância do coletivo, do respeito ao outro, da alteridade mesmo. Então, é fundamental, na medida em que eles discutem os próprios problemas, que elas consigam construir uma ideia própria sobre algo. De repente, ficam com as angustias, com os sofrimentos sozinhos, enquanto poderiam estar discutindo com a família, com a escola, com outros setores da sociedade, como a Universidade”.

Cintia, Carolina e Kauane são amigas e estudam na Escola de Campo da Palmeirinha. A vinda à Unicentro, para elas, representou a possibilidade de aprender e discutir conteúdos não trabalhados no colégio. Cintia acredita que o mais importante foi ter reforçado que cada um pode fazer e é responsável pelas suas escolhas. “A gente está tendo a oportunidade de mostrar o que a gente quer fazer, as nossas próprias escolhas. Não é todo mundo igual, existem diferenças. A gente aprende com isso a aceitar todo mundo do jeito que é”.

Os alunos também formularam questões para o debate (Foto: Luiz Felipe Panozzo)

Já Carolina entendeu que os jovens precisam conviver e abrir espaço para o diálogo. “A gente não vive sozinho, a gente sozinho não consegue fazer nada. Por isso, é preciso expor nossa opinião, dialogar né?””, defendeu a estudante.

O debate sobre a atuação social do jovem não se restringiu aos alunos do Ensino Médio. Os professores das seis escolas participantes também foram convidados a discutir o tema a partir da perspectiva do papel do educador na construção de um ambiente em que os jovens possam se identificar e assumir o protagonismo. Relacionar as atividades do cotidiano deles, o que eles fazem lá na rua, na casa, com a escola, com o ensino. Isso vai dar mais significado pro conhecimento deles”, afirmou ao final do debate a professora Flávia Coletti, do Colégio Estadual Antônio Tupy Pinheiro.

Também ministrada pelo professor Nécio Turra Neto, a palestra dirigida aos educadores teve como intuito reforçar para os professores a sua função nesse processo de empoderamento da juventude. Para isso, ele destacou a necessidade de ouvir. “A escuta atenta e sensível a algo que os jovens queiram dizer. Afinal, se eles assumem o protagonismo, assumem organizações coletivas, trazem questões. Eu acho que tem que escutar”, defendeu.

Projeto também teve uma ação específica para os professores (Foto: Luiz Felipe Panozzo)

As ações do Guarapuava Educadora estão apenas começando. Segundo a coordenadora do projeto, o objetivo é gerar no jovem o interesse pela problematização dos seus interesses, construindo eles mesmos políticas públicas voltadas para a juventude. “Nessa primeira fase, nossa ideia é trabalhar com o jovem sobre a condição juvenil mesmo. Na segunda etapa, nós vamos trabalhar mais com a cidade de Guarapuava. Então, nós estamos levantando todos os equipamentos, os serviços, as atividades que a cidade oferece em termos de espaços públicos para os jovens. A ideia é colocar essas informações a disposição dos jovens para eles também opinarem. E na terceirta fase, que é a ultima, a gente vai produzir roteiros educativos, apontando os espaços da cidade em que eles possam estar, possam visitar, que eles possam conhecer, e que eles também possam ampliar”. completou Marquiana.

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