Unicentro promove palestra sobre resolução dos conflitos na esfera judiciária
Os conflitos e problemas familiares são algumas das pautas mais comuns que chegam a esfera judiciária. Um relacionamento que não termina bem, pode gerar anos de processos e recursos que, por sua vez, provocam ônus financeiro e grandes problemas de convivência. Foi pensando em produzir um novo olhar para as pessoas que passam por problemas deste tipo, que a Unicentro recebeu o evento “Direito Sistêmico em Ação – Encontro vivencial: Um novo olhar sobre os nossos relacionamentos”. “O objetivo é trazer para essas pessoas um novo olhar sobre os conflitos e sobre aquilo que está além dos processos”, comentou a professora e advogada Sttela Maris Nerone Lacerda, coordenadora do projeto.
Segundo a professora Sttela, a ideia surgiu após um contato com o Núcleo de Estudos e Defesa dos Direitos da Infância e da Juventude (Neddij), que foi o responsável por indicar os participantes do encontro. “Vamos falar, de fato, sobre os conflitos que permeiam nosso dia a dia, nossa vida. Vamos falar dos sistemas, o sistema familiar em especial, que essa abordagem ela é sistêmica, e para conduzir as pessoas a esse novo olhar”, explicou, argumentando que a resolução dos problemas só é alcançada ao se olhar além dos conflitos.
Para o Neddij, a ação também foi considerada de grande importância, visto que os casos que são atendidos diariamente, envolvem crianças e adolescentes, que acabam ficando em meio aos problemas gerados pelos pais. “No Neddij, por exemplo, a gente trata de situações de guarda, pensão, enfim, situações em que há a falta de acordo entre as partes e que, em muitas vezes. a criança ou adolescente acaba sofrendo. A oficina de Direito Sistêmico em Ação, vem esclarecer dúvidas e, principalmente, a forma como esses casais podem vir a se relacionar”, comentou Enrique Ráez Martinez, assistente social do Neddij.
O Direito Sistêmico e as constelações familiares foram os conceito norteadores da ação. “Essa postura está em consonância com o próprio Poder Judiciário, com o Conselho Nacional de Justiça, porque atualmente nós temos mais de doze tribunais no Brasil, que já aplicam essa terapia, essa metodologia que é o uso das constelações sistêmicas, fenomenológicas, criadas por Bert Hellinger”, explicou a professora Sttela.
O objetivo principal é que, além da condução para um novo olhar sobre os conflitos por parte de quem passa por essas situações, a ação sirva também como modelo em Guarapuava, tendo a possibilidade de tomar um caminho prático, conforme contou a Juíza da 2ª Vara Criminal de Guarapuava, Paola Gonçalves Mancini de Lima, que veio até a Unicentro para participar como ouvinte. “O judiciário vem buscando alternativas para a resolução de conflitos. E a constelação familiar vem sendo utilizada. Então, eu vim também para me informar, ver como funciona, pois a gente está sempre buscando esse tipo de informação para complementar novos trabalhos”, enalteceu.
A expectativa dos organizadores é que outras ações como essa possam ser desenvolvidas regularmente. Durante o evento as questões foram discutidas por duas palestrantes, a professora Sttela Maris Nerone Lacerda e a advogada Fernanda Proche.