Unicentro apresenta números e contesta custo-aluno divulgado pelo Tribunal de Contas
A Unicentro tem, atualmente, 7.247 alunos matriculados em seus cursos de graduação presenciais, ofertados nos campi universitários de Guarapuava – Cedeteg e Santa Cruz – e de Irati, e nas unidades avançadas de Chopinzinho, Coronel Vivida, Laranjeiras do Sul, Pitanga e Prudentópolis. Se o custo-aluno apresentado pelo Tribunal de Contas fosse verdadeiro, a partir de dados fornecidos pela Sefa (Secretaria de Estado da Fazenda do Paraná), a Universidade Estadual do Centro-Oeste contaria com um orçamento mensal de R$ 60.947.133,00, que é o resultado da multiplicação do valor gasto por aluno – R$ 7.761,00, segundo foi divulgado pela imprensa – pelo número de alunos matriculados. Se esse custo mensal fosse multiplicado por 12, que é o número de meses do ano, o orçamento anual da instituição seria de R$ 731.365.596,00. “Esse número, além de irreal, é absurdo”, contestou o vice-reitor da Unicentro, professor Osmar Ambrósio de Souza. “O nosso orçamento para 2017, de acordo com a LOA (Lei Orçamentária Anual), é de R$ 202.493.514,00. Ou seja, 3,6 vezes menor do que o apresentado pelo Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR), a partir do custo-aluno”, emendou.
A incongruência dos números apresentados pelo TCE-PR pode ser analisada ainda por outros parâmetros. Um deles diz respeito à metodologia adotada para a realização dos cálculos, que não foi exposta. “A Unicentro não recebeu nenhum documento explicando como o TCE-PR e a Sefa chegaram a esse número. Mas nós podemos detalhar qual é, ou melhor, quais são as metodologias que a nossa Universidade adota desde 2013. Elas são duas. Uma desenvolvida pela Seti (Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná), e outra pelo próprio Tribunal de Contas do Estado do Paraná. Embora elas não sejam idênticas, os resultados que obtemos utilizando os cálculos definidos por cada uma delas são muito semelhantes e em nada se aproximam do valor divulgado”, discorreu Osmar.
Ao fazer as contas, os técnicos demonstraram ainda total desconhecimento sobre a estrutura e a organização de uma Universidade. “Uma instituição de ensino superior, para ser considerada uma Universidade, precisa atender a uma série de prerrogativas, e o ensino é só uma delas. Só somos Universidade porque oferecemos atividades de ensino sim, mas também porque desenvolvemos projetos de pesquisa e ações de extensão”, lembrou o reitor da Unicentro, professor Aldo Nelson Bona. “E pesquisa e extensão, assim como os custos administrativos, também estão contemplados no nosso orçamento. Dessa maneira, não é 100% do valor orçamentário global que deve ir para a conta do custo-aluno”, completou.
Nesse sentido, 42% do orçamento anual da Unicentro são destinados ao ensino, 43% são divididos entre pesquisa e extensão, e 15% são destinados ao administrativo. “Simplificadamente, para fazer a conta do custo-aluno”, explica Osmar, “nós precisamos computar os valores relacionados ao ensino e metade do que é relacionado ao administrativo, ou seja, 7% do orçamento. Essa soma deve ser dividida pelo número de alunos que temos matriculados. O resultado é o custo-aluno médio”. Novamente tomando como base o orçamento da Unicentro para 2017, a soma do investimento em ensino e na administração das atividades pedagógicas é de R$ 99.558.452,38. Ao dividir esse resultado por 7.247 alunos matriculados apenas nos cursos de graduação presenciais – isto é, deixando de lado, os cursos ofertados na modalidade de Educação a Distância e os cursos de mestrado e doutorado, que também são gratuitos -, obtêm-se, então, o custo-aluno mensal médio de R$ 1.056,48. No ano, esse investimento é de R$ 12.677,76 por aluno. “Pouco mais do que a metade do custo-aluno em uma Universidade do sistema federal de ensino, que é de, aproximadamente, R$ 20 mil”, salientou Aldo.
talvez se tivéssemos um repasse de R$ 731.365.596,00 seriamos não a 37ª melhor universidade do pais, potencial para estar entre as 15 com toda certeza temos!