Unicentro desenvolve projeto financiado por Edital de Pesquisas sobre Desastres Naturais
O projeto “Contribuição da rede de conhecimento para a redução de risco de desastres decorrentes de inundação”, coordenado pelo professor Paulo Nobukuni, do Departamento de Geografia da Unicentro, obteve aprovação na chamada pública 01/2016 do Ceped, o Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres do Paraná. Chamada que tinha como foco a redução do risco de desastre no estado e foi possibilitada devido ao aporte de recursos obtido por meio de um convênio entre a Sanepar, a Casa Militar e a Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil. Além dessas instituições, a Fundação de Apoio à Universidade Estadual do Paraná, a Funespar e Universidade Estadual do Paraná, a Unespar, também fazem parte do convênio.
A chamada pública trata do financiamento de projetos propostos pelas instituições que fazem parte da Redesastre, que é a Rede Estadual de Pesquisa, Ensino, Extensão e Inovação Tecnológica, voltada à redução de riscos de desastre e que tem o Ceped como órgão gestor. “Trata-se de uma contribuição da rede de conhecimento para a redução de desastres, no caso inundações. Em 2014, tivemos eventos severos no estado do Paraná e, aí, fomos convidados a ir a Curitiba para falar um pouquinho sobre a parte preventiva”, explicou o professor Paulo.
O trabalho, que será desenvolvido durante dezoito meses, conta com a participação de outros quatro professores e quatro acadêmicos do curso de Geografia. De acordo com o professor Paulo, as atividades já tiveram início e devem ser realizadas em quatro etapas. A primeira delas é a preparação de um edital que vai selecionar os participantes de um curso de capacitação, que deve ser realizado em ambiente virtual para abranger o estado inteiro. “O pessoal indicou que a gente oferecesse o curso com, pelo menos, uma vaga para cada município do Estado do Paraná, mas ampliamos um pouco e estamos oferecendo mil vagas.
Já a segunda etapa é mais voltada à cultura e à educação, objetivando sensibilizar os sujeitos que participarão do curso. “A gente vai apresentar um ou dois transtornos decorrentes das inundações e, então, vamos propor algumas práticas, que chamamos de práticas conservacionistas”, contou o professor. Segundo Nobukuni, a terceira etapa do projeto será reservada à prática de ações que podem contribuir para evitar o risco de inundações. Nessa fase dos trabalhos, o número de participantes deve ser reduzida. “Nós solicitamos alguns equipamentos como GPS e drones. Então, vamos fazer algumas atividades mais práticas e, para isso, reduziremos o número de cursistas, serão em torno de 40. Eles virão aqui mapear as áreas que inundam. Depois, vamos entrar em contato com o legislativo locail, de Guarapuava, com o executivo para propor algumas políticas públicas”. A quarta e última fase será a sistematização das informações obtidas nas etapas anteriores e a elaboração do relatório final do projeto.
A intenção, de acordo com o professor Paulo, é envolver as pessoas que vivem em áreas de risco de inundação nesse trabalho. “Também vamos trabalhar com as pessoas que assentam-se nessas áreas que inundam. Achamos importante porque a gente trabalha com uma concepção de planejamento participativa, a gente não vai trabalhar só com os técnicos, os gestores, a gente acha importante envolver as pessoas que moram ali”, acrescentou. Para o professor, a ideia é que as pessoas que participarem do curso possam se tornar replicadoras de informações que podem ajudar a diminuir o risco de inundação. “Se a gente conseguir que esses cursistas reproduzam esse trabalho em outros municípios, nós atingiremos o estado como um todo”, destacou.