Encontro promove discussões sobre a inserção da cultura afro-brasileira na educação
Dialogar com os saberes tradicionais da história africana. Esse foi o objetivo do primeiro Encontro de Experiências da Educação Afro-Brasileira promovido pelo Núcleo de Estudos Ameríndios e Africanos, o NEAA. Os temas em destaque foram as religiões de matriz africana presentes em Guarapuava, como a umbanda e o candomblé. Com isso, chamou-se a atenção para a implementação de duas leis – a de número 10.639, que diz respeito à inclusão do estudo da história e cultura afro-brasileira como currículo oficial na rede de ensino, e a 11.645, que vem complementar a lei anterior no que diz respeito a obrigatoriedade de inclusão no currículo estudo da história e da cultura dos povos indígenas.
“O grande objetivo desse encontro é a abertura do diálogo, o combate ao racismo. Nós propomos conhecer esse outro, conhecer a realidade e a prática, pois isso é fundamental para que nós possamos saber como interagir no social, saber como perceber as diferenças que fazem parte do nosso dia a dia”, revelou o professor Jefferson Olivatto, coordenador o evento. Para compor a mesa de debates foram convidados pais e mães de santo de terreiros da cidade, assim como professores e alunos da Unicentro.
O encontro permitiu que os participantes conhecessem um pouco mais sobre a umbanda e o candomblé, religiões muitas vezes discriminadas pela falta de conhecimento. “A umbanda abrange bastante a forma de envolver pessoas, de acolher pessoas, de ajudar, de praticar o bem, de praticar a caridade”, explicou Jefferson Medina, pai de santo que conduz um terreiro na cidade.
Os alunos que estavam acompanhando os debates viram na iniciativa uma oportunidade para conhecer melhor as religiões originadas na cultura africana, e ressaltaram a importância da universidade disponibilizar espaço para integrações como essa, que contempla não só o meio acadêmico, mas também a sociedade em geral. “É inegável a influência dos povos africanos no Brasil, apesar de todo o preconceito que infelizmente ainda existe”, lembrou o estudante de Filosofia, Luciano da Costa.
O evento tem continuidade nesse sábado (27), com uma mesa-redonda sobre práticas pedagógicas e experiências sobre História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, além de oficinas pedagógicas que são abertas ao público em geral. O evento começa às nove horas da manhã no auditório Francisco Contini, que fica no campus Santa Cruz.