Encontro de Iniciação Científica Júnior traz alunos do ensino médio para dentro da universidade
Uma das premissas do ensino superior é incitar o aluno a problematizar questões já estabelecidas. Para isso, desde os primeiros dias de aula, o estudante de graduação é estimulado a, por exemplo, participar do desenvolvimento de projetos de pesquisa em conjunto com professores-pesquisadores da instituição. Esse processo é chamado de iniciação à pesquisa ou à ciência. Entretanto, quem tem interesse pela área não precisa esperar ser aprovado no vestibular para dar seus primeiros passos como pesquisador.
A Unicentro, todos os anos, em parceria com agências de fomento, como o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Fundação Araucária, oferece bolsas de pesquisa para alunos do ensino médio. Esse programa é chamado de Iniciação Científica Júnior. “Certamente, a IC Júnior encurta esse trabalho de iniciação a pesquisa. Quando esse aluno chega na universidade, ele já tem um perfil diferenciado, tem mais facilidade para direcionar seu interesse para uma determinada área. Afinal, ele já entra com uma certa experiência de pesquisa”, comenta a coordenadora de Iniciação Científica da Unicentro, professora Cecília Hauresko.
A Iniciação Científica Júnior é o primeiro contato desses alunos do ensino médio com a pesquisa. Através dela, eles auxiliam os professores-orientadores e, desse modo, se inserem antecipadamente na vida acadêmica. Para participar, os estudantes devem se candidatar a partir de editais que são divulgados nas escolas no final do primeiro semestre de cada ano letivo. Ao término do período de desenvolvimento da IC, no ano seguinte, ele apresenta os resultados da pesquisa que produziu em conjunto com o orientador.
“Essa apresentação se dá durante os encontros anuais de Iniciação Científica Júnior, que é um momento de compartilhamento do aprendizado e do conhecimento que foi produzido durante o ano. É muito rica essa experiência, já que os alunos passam todo esse tempo trabalhando, e essa é a hora que em que essa dedicação é concretizando, mostrando tudo o que foi desenvolvido e realizado nos colégios”, ressalta Cecília.
Um dos estudantes que apresentou o resultado da IC Júnior foi o Rodrigo Schoroeder. Junto com um colega, ele desenvolveu um estudo sobre o período de cópula de uma espécie de inseto. O estudante aproveitou a oportunidade e acredita que isso vai ajudá-lo em sua futura graduação. “Isso pode me auxiliar em uma criação de projetos e ter uma ideia de como eu vou fazer um projeto. Eu gostei muito, no caso já até renovei em outro laboratório, para eu ampliar meu conhecimento”.
Já na pesquisa da Thalia Daiane Pedroso, que está no terceiro ano do ensino médio, o foco foi estudar as condições climáticas da lavoura. “O meu trabalho foi desenvolvido através do computador e de análise de tabela. Em uma plantação, é bom saber se naquele mês, o nível de chuva vai estar elevado ou baixo. Isso é importante também para o meu conhecimento que se abriu para outros campos”, conta.
De acordo com Heloise de Almdeida Lima, supervisora da Iniciação Científica Júnior no Colégio Estadual Maria de Jesus Pacheco Guimarães, no âmbito escolar, o projeto tem ajudado os alunos dentro e fora das salas de aula. “O projeto tem contribuído muito na questão do protagonismo juvenil dentro do colégio. Tem sido um ponto bem positivo. Até dentro da sala de aula eles melhoraram até a questão da oralidade. Isso ajuda na sala e ajuda a escola também”, completa.