“Golpe, democracia e mídia” em discussão no Debacom, realizado no campus Santa Cruz
A comunidade acadêmica se reuniu para participar do Debacom, sigla para Debates sobre Comunicação, promovido pelos alunos dos primeiros anos dos cursos de Publicidade e Propaganda e de Jornalismo da Unicentro. A ideia de promover a discussão sobre temas atuais, que dizem respeito á comunicação, mas também a sociedade como um todo, surgiu na disciplina de Sociedade, Cultura e Comunicação.
“Sempre nessas disciplinas, que são teóricas, eu tento trabalhar com os alunos uma discussão contemporânea. A disciplina, inevitavelmente, aborda conteúdos atuais, como a questão política, tentando materializar os conteúdos teóricos na própria sociedade como um todo. Digamos que é uma discussão quente e, por isso. ela acaba ultrapassando os limites da sala de aula”, explicou o professor Francismar Formentão, responsável pelas disciplinas e pelo Debacom.
O professor acompanhou e apoiou a organização do Debacom, que foi toda realizada pelos próprios alunos. Foram deles, por exemplo, as escolhas pelos temas em discussão e, também, dos debatedores convidados. “Esses temas – golpe, democracia e mídia – são bem polêmicos e estão na mídia o tempo inteiro. Toda hora a gente vê falar disso no jornal, na televisão, no rádio. É bem importante trazer essas discussões para dentro da universidade, porque são temas as vezes chamados como tabus, que algumas pessoas têm medo de falar”, explicou Rhuann Taques, acadêmico do curso de Publicidade.
Participar das discussões e também da organização são para Pamela de Souza, estudante do primeiro de Jornalismo, uma experiência extra-classe riquíssima que vai contribuir, e muito, para a sua formação. “Como jornalistas, nós temos que estar correndo atrás dos nossos direitos. Aqui nós estamos expondo tudo o que está acontecendo, tanto na crise quanto na política, que é o que o mundo todo tem que saber. Aqui é onde nós conseguirmos expor nossas opiniões”.
O Debacom contou com duas noites de discussões, cada uma delas com quatro debatedores, pesquisadores da Comunicação e de áreas afins, como a História e a Filosofia. Um deles foi o jornalista Luan Chagas. “Minha fala abordou a situação do Jornalismo, como ele tem se colocado diante da cobertura recente do processo de impeachment. Minha perspectiva tenta unir o olhar do pesquisador e também do jornalista. Hoje, dentro da democracia como está posta no Btasil, é fundamental que a gente mantenha o Jornalismo como uma instituição cultural forte dentro da sociedade”.
Além dos debates, também foram organizadas exposições de capa de revistas semanais, principalmente da cobertura do processo de impeachment, e um mural. “Nós organizamos as exposições sobre capas de revista, onde várias falavam sobre política, sobre o Collor, a Dilma, sobre como foi o impeachment. Nós vimos também vários filmes sobre o golpe de 1964 e colocamos também o cartaz-manifesto, onde qualquer pessoa pode passar e se manifestar”, contou Pamela.