Palestra sobre cuidado em saúde mental marcou Dia da Luta Antimanicomial
“Nem um passo atrás, manicômio, nunca mais!”. Esse foi o título das atividades realizadas em alusão ao Dia Nacional da Luta Antimanicomial, na última quarta-feira, 18, pelo Departamento de Psicologia do campus de Irati. As ações tiveram início com passeata e blitz no Centro da cidade. Mais tarde, as atividades foram centradas no Auditório Denise Stoklos.
A conferência “A Luta pelo Cuidado em Saúde Mental” foi proferida pelo médico psiquiatra e diretor do Departamento de Políticas sobre Drogas de Curitiba, Marcelo Kimati Dias. Ele explica que a mudança do modelo de atenção em saúde mental começou no início da década passada e é uma política pública.
“O hospital deixa de ser visto como espaço central do cuidado em saúde mental, passando a pregar a existência de uma rede comunitária, a partir do financiamento público e estando esta política adequada a estrutura do Estado”, afirma Dias, que continua. “Esta mudança decorreu muito da organização de movimentos sociais e do pleito bem-sucedido dessas manifestações em relação a constituição dessa política. Assim, o Dia da Luta diz respeito a isso, a uma organização da sociedade por melhores condições de cuidado em saúde mental e modificação das políticas públicas em relação a isso”.
Segundo Dias, o cuidado em saúde mental está ligado a algo que é inerente ao ser humano: ter uma postura de manutenção da vida e melhoria da qualidade de vida do outro. “Hoje entendemos como um dever do Estado. E, dentro desse modelo, ele ocorre em uma estrutura que é próxima a vida das pessoas, e que é menos discutível na medida em que não são necessárias tantas interrupções da vida para recebimento dos cuidados. Por exemplo, para ir para um hospital. Então, temos o cuidado muito mais pautado na manutenção da vida da pessoa dentro da própria comunidade”, complementa.
O evento contou com a parceria do Consórcio Intermunicipal de Saúde (CIS) e do Centro de Atenção Psicossocial (Caps).