Bolsa dos estagiários deve ser paga até a próxima sexta-feira
A notícia foi repassada aos estudantes em reunião na tarde dessa sexta-feira (11)
Na tarde dessa sexta-feira, durante mais um dia de manifestação, os estagiários foram convidados a participar de uma reunião com a administração central da universidade. Chamado de “conversa informativa” pelo reitor, professor Aldo Nelson Bona, o encontro tinha como objetivo informar os estagiários da universidade sobre a situação das negociações com o governo do estado.
Inicialmente, o reitor, que estava acompanhado do pró-reitor de Recursos Humanos, Robson Ferras, explicou a dificuldade orçamentária pela qual a universidade vem passando. Dos 17 milhões de reais solicitados pela Unicentro para 2015, o orçamento aprovado foi de R$ 13,7 milhões. Desse montante, até agora, o governo do estado liberou apenas R$ 8,4 milhões . Foram contingenciados mais de R$ 5 milhões, que deveriam ter sido repassados para o custeio do último trimestre do ano. Apesar de ter feito ajustes orçamentários, a Unicentro vem solicitando desde outubro o repasse de R$ 2,849 milhões, para conseguir cumprir os compromissos financeiros essenciais de 2015, como o pagamento dos estagiários e dos funcionários terceirizados e, também, honrar com os vales-alimentação dos estudantes universitários.
Os episódios mais recentes dessa briga pelo repasse do orçamento aprovado datam dessa semana, quando o reitor Aldo esteve em Curitiba, realizando uma série de reuniões com a Secretaria de Fazenda do estado. “Nós temos feito um grande esforço de negociação com a Secretaria de Fazenda por um orçamento que nos foi contingenciado e em cima do qual, desde o mês de julho, nós afirmávamos que não fecharíamos o ano se esse contingenciamento não fosse revisto. Como até o momento o contingenciamento não foi revisto, todas as negociações que nós temos feito são no sentido de apresentar os dados institucionais e as necessidades pra que essa liberação possa acontecer”.
Como desdobramento das reuniões, a Unicentro recebeu, no final da manhã dessa sexta (11), a informação de que a Secretaria da Fazenda estava liberando R$ 347 mil para a universidade. Apesar de precisar do dinheiro para repor os recursos, destinados a outras rubricas, utilizados para o pagamento das bolsas de estágio referentes ao mês de outubro, a administração da universidade decidiu por priorizar estagiários e terceirizados. “Esses 340 mil nós vamos direcionar, integralmente, ao pagamento dos estagiários do mês de novembro, e ao pagamento aos restaurantes que prestam serviço de subsídio alimentação de forma que nós possamos liquidar essas contas que nós consideramos as prioritárias e mais urgentes”, explicou Aldo.
A estagiária do setor de Arquivo, Laira Zaíne, estava na reunião. Ela acredita que o pagamento seja creditado até o próximo dia 18. Mesmo feliz, ela afirmou que se preocupa com os desdobramentos do contigenciamento dos recursos para a Unicentro. “A gente fica em parte feliz porque sabemos que essa dinheiro vai vir. Mas, eu tenho uma visão diferente. Eu vejo, também, como isso vai prejudicar a nossa universidade por ainda não ter recursos de custeio liberados. Porque, como o professor Aldo explicou, isso vai ser complicado pra resolver depois”.
Com a liberação do orçamento, ainda na sexta-feira (11), a universidade fez a programação dos pagamentos. Mas até o crédito na conta dos estagiários, há trâmites legais que precisam ser cumpridos. A sequência é: aprovação pela Secretaria de Fazenda, empenho pela universidade, liberação da cota financeira e pagamento. Segundo Aldo, “se tudo correr bem, se todas as instâncias das secretarias nos atenderem imediatamente, como de fato está negociado, nós temos a previsão de que a partir de quarta-feira – entre quarta, quinta ou até sexta – a gente possa realizar esse pagamento. De todo modo, quero deixar muito claro que é uma previsão e que tudo precisa correr muito bem para que o pagamento aconteça conforme esta informação”.
Luiz Felipe também é estagiário. Ele paralisou suas atividades no estúdio de rádio na terça-feira (8). Depois das informações repassadas pelo reitor e com o pró-reitor de recursos humanos, Luiz estava mais aliviado. “Recebi com bastante esperança. Claro que não completamente feliz porque a gente sabe que não é certeza, ainda, que vai cair esse pagamento. Mas a gente tem esperança”.