Projeto de pesquisa da Unicentro ganha bolsa do CNPq
Neste ano muitos projetos de pesquisa da Unicentro foram aprovados no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Só no campus Cedeteg foram treze aprovações. Um desses projetos é de autoria da professora do Departamento de Farmácia da Unicentro, Renata Romano. A pesquisa desenvolvida estuda a expressão de genes relacionados à função do eixo hipotalâmico-hipofisário-tireoideano após a exposição pré-púbere a nanopartículas de prata, que é um potencial desregulador endócrino químico. “Essa pesquisa visa identificar se as nanopartículas de prata tem potencial efeito tóxico sobre as glândulas tireoide. Em trabalhos feitos aqui no laboratório já foi identificado que esse composto é tóxico para as espermatogônias, comprometendo dessa forma a espermatogênese do animal adulto”, comenta Renata.
De acordo com a professora esse composto de nanopartícula de prata teve um crescente uso nos últimos anos, por ter algumas atividades bactericidas e um grande potencial terapêutico quando associados a outros antibióticos. Levando isso em conta, a preocupação da pesquisa é estabelecer alguns parâmetros para esse composto. “Nossa preocupação é estabelecer níveis que sejam seguros a esse composto, inclusive faixas etárias predispostas a terem mais efeito tóxico, porque hoje não existe nenhuma regulamentação com relação a ele, porque a toxicologia do composto nanoestruturado pode ser diferente que a do composto estrutural original que se conhece”.
A professora conta também que o material necessário para a pesquisa já foi colhido e que, para adiantar futuros estudos, parte do que não é usado de imediato fica armazenado para posteriores projetos. “Grande parte da colheita do material já foi realizada. Nós usamos ratos para o modelo experimental porque seria difícil usar outro animal por causa do tamanho. Nós também colhemos tudo e deixamos armazenado no ultrafreezer para posteriores projetos ou algum interesse que venha a surgir no meio do caminho, assim está guardado e não precisamos refazer esse experimento”, explica.
Para desenvolver a pesquisa, a professora conta com o trabalho de alguns alunos que fazem parte do projeto de iniciação científica, alunos de mestrado e também de doutorado. Segundo ela, ter o projeto aprovado no CNPq foi de fundamental importância para o custeio da pesquisa e para reconhecer o trabalho que vinha sendo feito. “Esse dinheiro que foi aprovado pelo CNPq vem para manter a parte da análise de expressão gênica, tratamento dos animais e também a dosagem hormonal. Nós já vinhamos acumulando uma expertise na área de desreguladores endócrinos. É uma área que já vem sendo desenvolvida no laboratório há uns dez anos, talvez um pouco mais. Acho que agora estamos colhendo os frutos de ter a aprovação em uma etapa tão concorrida”.
A felicidade de ter tido a pesquisa contemplada pelo programa de bolsas também passou a fazer parte do dia a dia no laboratório. “Nós ficamos muito felizes porque é muito importante abrir uma porta no CNPq, que é muito concorrido. São muitas pessoas boas que ficam de fora, então, saber que você foi contemplada dá uma realização”, finaliza.