Clínica de Órtese e Prótese da Unicentro ultrapassa os 80 mil atendimentos
Dona Maria de Lurdes mora em Porto Barreiro, a 130 quilômetros de Guarapuava. Há um ano, teve a vida marcada por um acidente e precisou reaprender a encarar a rotina diária. “Eu estava de moto com meu filho e uma patrola deu ré, atravessou a estrada e veio para cima de nós. Aí o pneu passou por cima da minha perna e teve que amputar”, conta. O apoio para realizar todas as adaptações que foram necessárias Maria de Lurdes encontrou na Clínica de Órtese e Prótese da Unicentro.
De acordo com a coordenadora da clínica, Maria Regiane Trincaus, o atendimento é destinado a pessoas com problemas variados. “São pessoas com doenças crônicas, amputações e deficiências congênitas. Infelizmente, temos também um grande número de crianças com sequela de paralisia cerebral e temos visto também um crescimento muito grande em termos de acidente de trânsito, principalmente jovens. Nesse sentido, os acidentes com motocicletas são os principais”, explica.
A clínica atende pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e, por ser credenciada ao Ministério da Saúde e à Secretaria Estadual de Saúde do Paraná, fornece órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção para pessoas com deficiência. De acordo com a fisioterapeuta Vanessa Novak, os meios auxiliares de locomoção são os andadores, as cadeiras de rodas e as bengalas. As próteses, servem para substituir algum membro que o paciente perdeu, no caso de amputações. Já as órteses, servem como auxiliares da marcha do paciente, no sentido de posicionar melhor uma articulação.
Em 2015, a clínica completa 12 anos de existência com um total de 87 mil atendimentos multiprofissionais já realizados. Atualmente, são mais de 5 mil pacientes ativos. Para atendê-los, o projeto conta com uma equipe formada por fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros, médicos ortopedistas e alunos dos cursos de enfermagem, fisioterapia e serviço social da Unicentro. Pelas mãos dos profissionais que trabalham na clínica, passam, mensalmente, em média, 650 casos. Os pacientes vêm de diversos lugares. Isso porque o projeto atende a demanda dos 20 municípios que compõem a 5ª Regional de Saúde do Paraná.
Geovana dos Santos traz o filho João, de 14 anos, para fazer o tratamento. Quando nasceu, ele teve paralisia cerebral. O problema na hora do parto deixou como sequela a dificuldade para andar. O menino precisou usar três aparelhos para correção e, recentemente, passou por uma cirurgia na perna direita. A mãe garante que todas as viagens feitas durante os oito anos de tratamento valeram a pena. Afinal, o menino já recuperou boa parte dos movimentos da perna. “Recuperou o dobro. Ele tinha o nervo curto, então ele nem esticava a perna, porque o nervo não deixava. Ele só se arrastava. Agora não. Notamos que está mudando para melhor, está dando resultado”, conta.
Durante esses 12 anos de funcionamento, muitos casos ajudaram a compor a história de sucesso do serviço de reabilitação oferecido pela Unicentro. São pessoas que descobriram na Clínica, além de um tratamento médico, vínculos de amizade. “É uma relação que não é só profissional – paciente, mas em alguns momentos, chega a ser uma relação de amizade, companheirismo. Cria-se esse vínculo”, destaca a coordenadora Maria Regiane.
A Clínica de Órtese e Prótese fica no campus Cedeteg da Unicentro, em Guarapuava. O horário de atendimento é de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h às 17h. Para mais informações, o telefone é (42) 3629-8141.