Alunos da Unati usam preto em sinal de luto pela universidade
Essa semana, a universidade e os servidores da rede estadual de ensino ganharam mais um grupo de apoio pela paralisação. Os alunos da Unati, a Universidade Aberta à Terceira Idade, também tiveram suas aulas paralisadas pela greve, mas aproveitaram a única atividade que continuou, o tai-chi-chuan, para manifestar a sua indignação pela situação da educação paranaense. Os alunos, que tem de 55 a 90 anos, estão vindo com roupas pretas para a prática da atividade, em sinal de luto.
De acordo com a coordenadora da Unati, Maria Regina Vargas, o ato simbólico é uma esperança para que haja um consenso entre servidores e o governo estadual. “Queremos que a greve tenha término desde que professores e alunos não sejam prejudicados. Os ‘unatianos’ querem voltar pra universidade mas com educação de qualidade”, comenta.
As aulas de tai-chi- chuan continuam porque, mesmo com a greve, a saúde dos idosos não pode esperar. Por isso, a professora Ethel Welp tem ministrado as aulas como voluntária da comunidade, pois, segundo ela, a atividade não pode parar para que a saúde dos idosos não seja comprometida. “O tai-chi-chuan trabalha muito com o equilíbrio emocional e físico, com a circulação, acaba com a depressão e com as dores corporais”, explica.
Há 10 anos como aluna da Unati, a aposentada Leonilda Fiorentina Ribas, de 63 anos de idade, reconhece o bem físico e mental que as atividades da Unati fazem na sua saúde e de seus colegas e sente falta de ter todas as aulas, mas acredita que a prioridade agora é a negociação entre governo e professores para que a educação volte com as devidas melhorias. “Eu quero que sindicato e governo sentem e se entendam. É crucial que os alunos voltem a ter aula, mas também é essencial que os professores sejam respeitados como pessoas e como profissionais que são, em todos os níveis”, opina.