Exposição sobre o Massacre de 29 de abril é apresentada na Unicentro
Uma demonstração de sentimentos espalhados por fotografias e objetos que relembram o massacre ocorrido no dia 29 de abril deste ano. O terror espalhado pelo estado todo é mostrado na exposição “Massacre 29 de Abril”, que se iniciou nesta semana no hall de entrada da Unicentro, no campus Santa Cruz. Objetos como máscaras e vinagre, que foram fundamentais para proteção contra o gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral, hoje vistos como objetos artísticos, além dos sons e vídeos, as fotografias produzidas por pessoas que estiveram presentes e retrataram o episódio, estão na exposição.
Para Bianca Lovato, acadêmica de Letras Português que participou do ato no centro cívico de Curitiba, a exposição é uma forma de quem não passou ou não tem conhecimento sobre o ocorrido, sentir, ouvir e visualizar momentos de terror que servidores, professores e alunos sentiram ao serem atacados. Para ela, alguns sentimentos são mais evidentes. “Tristeza e raiva, pela truculência como a gente foi tratado, é muito difícil de lembrar, é triste, mas não tem definição para uma atitude como essa” relata Bianca.
A mostra foi organizada pela professora do Departamento de Arte, Desirée Melo, que também estava em frente ao pátio da Assembléia Legislativa no dia 29 do mês passado. E foi a partir do que ela presenciou em Curitiba, naquela data, que a ideia da exposição tomou corpo.
“Fomos pegos desprevenidos. Sem nenhum aviso, o ataque começou. Foram duas horas ininterruptas de terror. Ação totalmente desnecessária da policia contra os professores. Em nenhum momento houve ‘confronto entre’ apenas o ‘ataque a’. Tristezas ao ver o desespero de meus colegas, muitas crianças e senhoras entorpecidas e machucadas no meio de muito gás lacrimogêneo, gás de pimenta, tiros de balas de borracha e bombas, muitas bombas”, declara a professora Desirée.
Junto com Desirée, acadêmicas de Arte que mesmo não presenciando o massacre, aderiram a ideia da docente, e contribuíram na organização do evento. “Mostrar em síntese o que aconteceu em Curitiba, porque foi realmente devastador, foi um massacre. E a ideia foi trazer um pouco do que aconteceu através de fotografias, como vídeos, áudios, visto que quem não esteve em Curitiba naquele dia não teve uma real dimensão do que estava acontecendo”, Andressa Rodrigues dos Santos, acadêmica do primeiro ano de Arte e uma das organizadoras da exposição.
Além da professora Desirée Melo e da acadêmica Andressa Rodrigues dos Santos, participaram da organização as alunas: Ana Carla Slompo, Aniely Mussoi, Caroline Siqueira, Gisele Buczak, Jessica Przygocki. As fotografias expostas são de autoria de Luiz Ricardo Rech, servidor da Unicentro.