Projeto incentiva a leitura através da discussão de grandes nomes da literatura mundial
O projeto de extensão Sábados Literários encerrou suas atividades de 2014 no último final de semana. Desenvolvido pela Divisão de Extensão e Cultura do campus Irati, o projeto apresentou, ao longo do ano, seis grandes autores da literatura mundial e proporcionou para a comunidade iratiense o contato com as obras através de exposições de professores especialistas nos escritores.
Os encontros realizados no Centro Cultural Clube do Comércio tiveram início no mês de março com uma homenagem ao professor Giuliano Hartmann que faleceu no ano passado. O coordenador do projeto, professor Edson Santos Silva, conta que na ocasião mais de 100 pessoas prestigiaram o evento que teve como tema o escritor Helder Macedo, de Portugal. “Essa escolha tem a ver com a homenagem que nós prestamos ao professor Giuliano Hartmann que faleceu no ano passado, um evento que nos deixou muito tristes e o homenageamos trazendo a professora Marisa Côrrea Silva, da Universidade Estadual de Maringá (UEM), que era orientadora do Giuliano. Marisa falou desse grande escritor que tem um nome muito relevante para a cultura portuguesa”, explica Santos Silva.
Em seguida, o Sábados Literários trabalhou com o escritor ucraniano Taras Chevtchenko, apresentado pela professora Oksana Boruszenko, que falou da importância de Chevtchenko dentro de um contexto formado por muitos ucranianos. “A Unicentro de Irati está no espaço geográfico com maior número de ucranianos que temos no Paraná, especialmente em Prudentópolis, onde há um grande número de descendentes dessa etnia”, completa o coordenador.
Em maio, foi a vez da professora Ruth Bohunovsky, da UFPR, expor sobre o escritor Thomas Bernhard da Áustria, ainda pouco conhecido no Brasil, apesar de muito premiado. No dia 9 de agosto, um dos grandes germanistas do país, professor Paulo Asthor Soethe (UFPR) falou de Kafka, em especial dos 100 anos da obra “O Processo”. Em setembro, foi trabalhado o escritor Miguel Torga, com a professora Raquel Terezinha, da Unicentro. “Todos os estudantes de Literatura Portuguesa sabem da importância do Torga para as letras lusitanas e brasileiras, já que ele morou aqui no país”, observa Santos Silva.
O Sábados Literários 2014 encerrou falando de Maria de Zayas, da Espanha, com a professora Rosangela Schardong, da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Zayas é uma escritora importante do Século de Ouro espanhol. O coordenador do projeto afirma que a diversificação com autores canônicos que são conhecidos do grande público com grandes escritores que não são tão afamados, contribuiu para que a população conhecesse um pouco mais da literatura mundial. “Procuramos trazer especialistas na literatura tratada com conhecimento profundo nos autores. O que achamos importante justamente para aguçar a curiosidade dos presentes, porque o grande fio condutor é despertar as pessoas para a literatura, que infelizmente anda um pouco hibernando no nosso país”, relata Santos Silva.
Devido a participação efetiva não só da comunidade acadêmica, mas em geral, a edição de 2015 já está sendo planejada e deverá envolver as escolas públicas de Irati. O coordenador afirma que a intenção é que o projeto saía do Clube do Comércio e, em cada sábado, o encontro seja feito em uma escola diferente. O primeiro nome da literatura também já está definido e será Fernando Pessoa, uma vez que 2015 é um ano dedicado a este escritor lusitano muito conhecido no Brasil.
Santos Silva agradece a parceria da Prefeitura Municipal de Irati, na pessoa da secretária de Cultura, Patrimonio Histórico e Legado Étnico, Claudete Basen, o patrocínio da Caminhos do Paraná e os apoios da Unicentro, que está a frente do projeto, da Academia de Letras, Artes e Ciências do Centro-Sul do Paraná (Alacs) , do Clube do Comércio e do Núcleo Regional de Educação (NRE).
“É muito importante termos órgãos tanto da esfera pública, como da privada, unidos pelo objetivo comum que é o incentivo à leitura. O grande viés desses encontros é realmente despertar as pessoas para a paixão e gosto pela leitura de qualidade. Nós priorizamos muito esta questão das obras clássicas porque elas servem de estofo para as contemporâneas. Não existiria contemporaneidade sem esse mergulho na tradição, nas obras clássicas”, conclui o coordenador do projeto.